Análise: O Dérbi mudou tudo no Guarani. Isso é bom ou ruim?

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Existem fatos escondidos. Segredos que impulsionam mudança de rumo. Você encontra-se ao norte e vira para o leste. Adora sua moto e apaixona-se por um carro de último tipo. Bastam dois segundos e tudo muda. Pois o Guarani escancarou sua mudança de planos a partir da confirmação do dérbi na Série B.

Quando a Ponte Preta estava na sua luta em relação à permanência, o Guarani planejava renovar com o técnico Lisca, arquitetava a manutenção da base da Série B e tinha como meta o acesso na Série A-2. Se a Macaca permanecesse, era bem provável que a planificação continuaria.

Com a queda do rival, apenas o último item não foi alterado. O restante mudou de rota. Lisca, outrora salvador da pátria, não recebeu um mínimo esforço de renovação do contrato e a decisão foi pela contratação de Fernando Diniz. O mineiro tem como credencial de apresentação um estilo de jogo ofensivo, focado no toque de bola e na técnica apurada dos jogadores, típico da história do Guarani nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Nos bastidores, Sérgio do Prado voltou e há quem especule o retorno de Rodrigo Pastana para o segundo semestre.

Se tocar o futebol com as próprias pernas era a ordem vigente em boa parte do ano, agora estudos são feitos para terceirizá-lo para a Magnum, de propriedade do empresário Roberto Graziano. Maior investimento, possibilidade de contratações um pouco mais vultosas e objetivos mais nobres.

O raciocínio é lógico. Na Série B de 2018, a torcida bugrina não aceitará ficar atrás do rival. Não ficará de braços cruzados caso o fantasma do rebaixamento apareça novamente, enquanto o rival tem estrutura e recursos para lutar pela divisão de elite. É preciso batalhar com unhas e dentes para equiparar-se ao concorrente principal e, se possível, lutar pelo mesmo objetivo. Sem contar as vitórias nos clássicos.

Só que na atual conjuntura tal cenário seria impensável. O que Palmeron faz é apenas recuperar terreno. Precisa encontrar-se preparado quando chegar a hora tão esperada. Não basta apenas vontade de equiparar-se ao adversário local. O relógio corre e não aceita desaforo.

(análise de Elias Aredes Junior)