O Departamento de Futebol Profissional da Ponte Preta vive um instante inusitado. Quer usar a tática do esquecimento para acalmar as arquibancadas neste início turbulento temperado com finanças enxutas e campanha irregular no Campeonato Paulista.
Presença constante no ano passado, Gustavo Bueno foi responsabilizado diretamente por torcedores e por parte da crônica esportiva como responsável direto pela condução da Macaca rumo ao rebaixamento no Brasileirão.
Em qualquer empresa corporativa, por mais que enumeremos as qualidades pessoais de Gustavo Bueno, a demissão seria natural.
O resultado não veio, o jeito é buscar novos horizontes. Nada disso. Como não há dinheiro para quitar a multa rescisória do dirigente, cujo contrato vence em 2019, o jeito é tirá-lo da linha de frente e eleger Ronaldão como novo responsável pelo futebol.
Uma demissão virtual, a espera da primeira oferta que faça a Alvinegra livrar da multa. Enquanto isso, Gustavo Bueno continua com seu calvário particular, eleito como bode expiatório, mas sem poder reagir e colocar sua linha de pensamento.
A amnésia futebolística também é utilizada por Eduardo Baptista. Fato inegável: apesar da campanha ruim até a vigésima quarta rodada, se ocorresse a manutenção da campanha de Gilson Kleina não existiria queda. Escaparia no sufoco, mas o torcedor ficaria aliviado no final. Teve um aproveitamento abaixo dos 30%. O que fazer? Demiti-lo? Nada disso. Simples: vista uma couraça de super técnico, de protetor dos jovens jogadores e vamos esquecer do ponto fundamental: Eduardo Baptista caiu. É participante do fracasso.
Esquecer é uma estratégia utilizada pelos participantes da diretoria anterior e que continuam no Majestoso. Nos anos anteriores, o discurso dirigido a torcida era único: a Ponte Preta era a quinta força do estado e haveria condições de disputar o título regional. Ou chegar perto. Como os milhões do Brasileirão voaram pela janela, eis que de repente a promessa sumiu. Esquecida em algum armário do Moisés Lucarelli. Para passar a tempestade de 2018 é preciso esquecer dos pactos firmados no passado.
Ao esquecermos o gerente de futebol autor de contratações ruins, o treinador capaz de equivocadas e os dirigentes loucos pelos holofotes pode ser um remédio com efeito de boa duração. Duro é que o efeito desaparece rapidamente e a lembrança só traz mais ressentimento e decepção por parte daquele que nunca esquece o seu amor principal: o torcedor. Este eu garanto: jamais vai esquecer os autores de tamanho mar de incompetência.
(análise feita por Elias Aredes Junior/foto: PontePress)