Análise- Ponte Preta: as lições de uma derrota amarga e decepcionante

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durante o jogo entre Ponte Preta/Campinas x Corinthians/SP, realizado esta tarde no Estádio Moises Lucarelli, jogo de ida valido pelas finais do Campeonato Paulista 2017. Juiz: Raphael Claus - Campinas/Sao Paulo/Brasil - 30/04/2017. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Perder de 3 a 0 em seus próprios domínios na final do Campeonato Paulista é doído. Decepcionante. Joga por terra  sonhos e ambições projetados pela torcida e dirigentes. Mas os torcedores, dirigentes e jogadores da Ponte Preta precisam antes de tudo entender o que aconteceu diante do Corinthians e assimilar as lições para o futuro, especificamente a Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro.

Antes de qualquer explicação, é preciso afastar  fantasmas, como corpo mole dos jogadores, esquema de federação ou arbitragem hiper maleável. Nada disso. A Ponte Preta perdeu para o Corinthians porque Fábio Carille debruçou-se em vídeos da Macaca e encontrou soluções táticas e de estratégia que deixaram Gilson Kleina de mãos amarradas. E o treinador pontepretano tomou decisões erradas na escalação e no posicionamento que abriram caminho ao adversário. Ponto. O que passar disso é exercício de irracionalidade.

Para começar, é preciso compreender a consequência da escalação de Fábio Ferreira na zaga. Nem tanto por sua parca qualidade técnica mas pelo fato de Gilson Kleina ter buscado uma solução para amenizar o prejuízo de sua presença.

A medida tomada foi transformar Reynaldo em terceiro zagueiro com Yago na sobra e Fábio Ferreira pelo lado direito. O que poderia ser uma medida salutar virou um inferno. Reynaldo ao sair da lateral e se posicionar como zagueiro ficou indeciso. Não sabia se guardava o seu setor na zaga ou se cobria o espaço designado para o ala ou lateral.

Com isso abriu espaço para Fagner transitar por aquele setor ou até para que Jadson e Rodriguinho aparecessem por ali. E a medida tornou-se inócua no lance do terceiro gol. Convenhamos: tomar um gol proveniente de infiltração é inadmissível quando tem um jogador designado para a cobertura.

A participação de Jô no lance do gol inaugural faz parte da segunda parte do plano de Fábio Carille. Em todos os jogos anteriores do Paulistão, Jô era o clássico centroavante isolado, para atuar na referência e fazer o pivô dentro da área para o complemento dos companheiros. Lembram-se do gol contra a Ponte Preta na fase inicial? Jô preparou dentro da área e Léo Santos meteu nas redes. Dessa vez, o camisa sete flutuou pelos  lados do campo e confundiu a zaga pontepretana.

Para completar o plano, Fabio Carille encurtou ainda mais as linhas de defesa e dificultou a vida tanto de Fernando Bob como de Elton, um adepto do lançamento longo, o outro de arrancadas para levar a bola ao campo de ataque. Resultado: apesar da luta e dedicação dos jogadores, a Ponte Preta ficou anencéfala na criação, apesar da presença de Renato Cajá no segundo tempo.

Tanto que em diversas passagens do jogo, o time pontepretano voltou aos tempos de Felipe Moreira e utilizou o expediente da ligação direta. Por que? O Corinthians buscou de todas as formas impedir a aparição da velocidade, o trunfo principal da Macaca.

É possível inverter o quadro? Em futebol nada é impossível. No entanto, o Corinthians está com 90% do título assegurado. Do mesmo jeito que a Ponte Preta estava com 90% da final garantida após ganhar por 3 a 0 do Palmeiras.

Independente disso, algo precisa ficar fixo na mente: o grau de dificuldade no Campeonato Brasileiro será semelhante ou pior. Dirigentes e comissão técnica precisam transformar esse limão amargo em uma doce limonada no Brasileirão. Traduzindo: novas variações de jogo e antídotos para o futuro. Para que novas decepções não apareçam.

(análise feita por Elias Aredes Junior)