Análise Ponte Preta: conquistar os três pontos embeleza qualquer futebol feio

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O genial amigo e jornalista Paulo do Valle cunhou uma frase sobre o pensamento de futebol da  atual Diretoria Executiva da Ponte Preta comandada por Marco Antonio Eberlin. Para Do Valle, são montados times que ninguém quer ver jogar. É uma opinião com mistura de nostalgia e realidade. Recordação de algo que muitas vezes não foi visto e um conceito para encarar os dissabores diante do futebol atual.

A campanha da Ponte Preta é ótima. Incontestável. São 18 pontos somados em nove rodadas. Com um forte sistema defensivo, cuja principal característica é a solidariedade. Emerson, Danilo Barcelos e outros menos cotados são devotos em tirar a bola do oponente. Assim como os atacantes Victor Andrade e Jean Dias puxam contra ataques letais. Não são coadjuvantes na defesa. Brigam. Batalham. Lutam pela bola.

Com uma incursão aqui e outra ali, o meio-campo tem altos e baixos. Existem atletas competitivos como Léo Oliveira, mas a lesão de Elvis e Serginho tirou as opções de criação. São desfalques sérios.

Só que por enquanto não há lamento. Infelizmente, temos uma cultura resultadista. Se estiver com três pontos na cesta, pouco importa se jogou na retranca ou no ataque. Entendo o torcedor. Ele quer vencer. Não importa como. O futebol feio, com a conquista da vitória, transforma-se em monumento.

Como analista, preciso relembrar de que, apesar da busca incessante de Alberto Valentim em fazer variações de posicionamento, a presença do atleta de qualidade é essencial.

Sou um otimista. Acredito que com os retornos de Jeh, Elvis e Serginho será possível fazer a junção de resultado e qualidade. Instrumentos para armar a equipe de diversas formas e surpreender os oponentes de diversas escolas na terceirona nacional.

Ganhar quatro jogos seguidos dá o espaço necessário para Alberto Valentim e sua comissão técnica pensarem como deixar a equipe mais robusta e ainda mais competitiva em médio e longo prazo. Vencer é ótimo porque os defeitos são esquecidos. É nisso que mora o perigo. Que a Macaca não caia nesta cilada.

(Elias Aredes Junior com foto de Pedro Zacchi/Ag Paulistão)