Quando estamos em uma fase de turbulência, o passo inicial é reconhecer o quadro e estabelecer estratégias para se reerguer. Não existe comportamento pior do que viver uma realidade paralela ou pensar que existe conspiração contra aquilo que você defende. O técnico Alberto Valentim merece elogios e reconhecimento. O seu trabalho tem qualidades incontestáveis e as devidas correções devem ser feitas se levarmos em conta o histórico positivo do seu estilo de jogo e de conduta..
Sofrer 55 gols em 38 rodadas na Série B do ano passado foi inadmissível para a Ponte Preta. Sem discussão. Pois o técnico pontepretano tratou de aproveitar os treinamentos na pré-temporada para formatar uma parede defensiva sólida e com dois pilares. O início é que se encurtasse os espaços dentro da pequena área para os arremates e os contra-ataques.
As equipes que enfrentaram a Macaca na fase inicial só podiam apelar ao expediente dos chutes fora da área ou das jogadas individuais. Fora disso, nada feito. Com a bola nos pés, o contra-ataque era letal, com rápida troca de passes e deslocamentos que deixavam atarantados qualquer desafiante.
Sem contar que ele conseguiu juntar dois elementos sem nexo em uma observação inicial. A velocidade de Jean Dias foi respaldada por Artur e Danilo Barcelos, capazes de um momento cadenciar o jogo e em outro imprimir o ritmo adequado.
Defeitos? Valentim terá que encontrar uma fórmula que faça a Macaca tomar a iniciativa dentro do Majestoso. Em casa, a equipe gira a bola, tentar furar as barreiras mas não tem imaginação. Elvis e Jeh podem ser soluções? Até podem. Só não dá para adiar e pensar que ser forte como visitante basta para ser competitivo na Série B.
O saldo final deixa evidente a satisfação do torcedor com o trabalho do treinador. Só não pode ver isso sendo desperdiçado.
(Elias Aredes Junior com foto de Alexandre Battibugli-Agência Paulistão)