Jogadas de rara beleza plástica. Um camisa 10 com eficiência, técnica e efetividade. Um artilheiro conectado com a torcida e a instituição. Jovens sedentos por espaços e prontos para serem protagonistas no futebol nacional. Uma torcida fanática e que coloca mais de quatro mil pessoas em jogo de dia de semana, às 09 e meia da noite. Não há como fugir da constatação: a vitória sobre o Bahia por 2 a 0 demonstrou que a Ponte Preta está em estado de graça. Fase impecável no gramado. Está com 14 pontos acumulados no returno.
A campanha é irretocavel. Basta dizer que o Ituano o lider do returno está com 17 pontos. E o personagem do dia é o encarregado de sustentar todo esse processo até o final: o técnico Hélio dos Anjos.
A postura meio cortante e ácida do treinador pontepretano é o comportamento ideal para o momento. Não distribui sorrisos. Não acena por qualquer coisa. Exige seriedade do primeiro ao ultimo minuto. É econômico nos elogios. Defende seus jogadores,a diretoria e vai para a entrevista coletiva como quem vai para uma batalha de narrativas.
Tudo isso serve para derrotar um inimigo que sempre surge a espreita para atrapalhar a vida da Ponte Preta: a vaidade.
O dicionário diz que vaidade é a valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros.
Já o livro de provérbios, na biblia sagrada tem alguns versículos que definem muito o que é a vaidade. No capitulo 21 do livro de Provérbios, em seu versículo 24, os dizeres são claros e cristalinos: “Quanto ao soberbo e presumido, zombador é seu nome; procede com indignação e arrogância”.
A Ponte Preta, desde o mais humilde funcionário, passando pela presidêncoia do clube e chegando ao templo sagrado do vestiário precisa entender que a ótima performance do segundo turno é fruto de um trabalho conjunto em que ninguém é maior do que ninguém.
E tal noção pode ajudar a construir não somente uma performance inesquecível na Série B como pode levar ao desempenho satisfatório na Série A-2 do Campeonato Paulista como no segundo semestre de 2023, seja em Copa do Brasil como na competição nacional, hoje provavelmente a Série B.
Para alcançar seus objetivos, a Ponte Preta precisa conjugar o pronome “nós”. Ninguém sabe mais do que ninguém. Ninguém é melhor do que ninguém. É focado neste trabalho conjunto que poderá levar a Macaca a momentos únicos de sua história.
Quando o pronome Eu prevaleceu o final nunca foi feliz. Hélio dos Anjos está presente para assegurar que o curso da história será sustentado. Até o fim. Para o bem de uma torcida sofrida e que deseja continuar a celebrar. Não somente contra o Bahia, mas em todos os momentos da trajetória do seu clube do coração. Que a humildade prevaleça sobre a vaidade.
(Elias Aredes Junior-com foto de Alvaro Junior-Pontepress)