Se você conversar com qualquer torcedor de futebol e perguntar sobre o estilo de jogo preferido, é evidente que a escolha será por um time de sonhos, capaz de proporcionar jogadas bonitas e gols inesquecíveis. A realidade por vezes é imposta, especialmente pela falta de poderio financeiro. O feio fica belo. O truncado fica sem motivo. A vontade e a determinação viram a principal virtude. Este conceito pode ser aplicado na vitória de sábado da Ponte Preta sobre o São Paulo.
Não teve beleza. Não existiu qualidade técnica apurada. Teve luta, entrega e muitas virtudes táticas.
Primeiro: o esquema com três zagueiros veio para ficar. Não por causa das virtudes dos três zagueiros, mas porque no final um compensa o defeito do outro. Castro só tem chance de evoluir nesta metodologia. Nilson Junior teve respaldo e segurança para marcar Calleri e em várias jogadas teve ajuda dos companheiros. Luis Haquin transmitiu em dois jogos uma tranquilidade que merece ser observada.
O esquema terminaria em si se não existisse saídas ao ataque. Com a ausência de um volante mais veloz e dinâmico, deve-se exaltar a movimentação do lateral Igor Inocêncio, ora volante ou lateral e que se oferece como alternativa para Élvis.
No ataque, apesar do gol de Renato, algo ficou comprovado: a equipe sobe de produção com a presença de um centroavante de ofício. A equipe começou com Iago Dias e Dodô, mas Gabriel Novaes deu uma outra conotação. É mais técnico que Jeh, mas o titular deve permanecer.
Tudo resolvido?
Nada disso.
A equipe encontra-se em evolução mas não se pode cometer deslizes e soluções precipitadas. Não é de bom tom focar naquilo que está sendo feito no Paulistão. O objetivo é de médio e longo prazo. Um bom paulistão (chegar às quartas de final ou semifinal) e um rendimento decente na Série B são os objetivos. O rumo parece correto. Ainda bem!
(Elias Aredes Junior-com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)