Auremir e a mudança de parâmetros de análise da torcida

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O análise publicada neste Só Dérbi sobre possíveis mudanças no time titular do Guarani produziu controvérsias. Internautas ficaram revoltados por incluir o volante Auremir como candidato ao banco de reservas. Alguns foram educados e articulados e desfilaram argumentos sobre sua utilidade no esquema tático do técnico Vadão. Outros partiram na trilha do insulto. Tempos digitais.

A discussão sobre Auremir remete a outra reflexão, a perda do padrão de qualidade do Guarani. Um clube acostumado a revelar e a contratar jogadores com perfil até de Seleção Brasileira vive situação até constrangedora e infla virtudes para de certa forma evitar um sofrimento profundo.

Quando foi contratado, Auremir recebia elogios porque tinha o perfil adequado para a terceironal. Era indicação do técnico Marcelo Chamusca. Caiu nas graças da torcida por dois motivos: sua disciplina tática e pelo fato de que não compromete tanto como alguns jogadores com passagem pelo Brinco de Ouro e claramente limitados. Edmilson Pittbul, integrante do elenco bugrino de 2013 sob o comando de Tarcísio Pugliese é a constatação de tal fenômeno.

Auremir agrada porque sua disposição física é superior a de outros volantes que fracassaram como Dadá, Jackson e Ademir Sopa, todos com participações na segundona nacional com a camisa bugrina nos anos de 2011 e 2012. No entanto, o próprio Auremir tem qualidade técnica inferior a outros que passaram pela posição como Wellington Monteiro em 2012 e o próprio Lenon, hoje lateral direito e que era titular da cabeça de área em 2015. Se compararmos com nomes históricos como Tosin, Paulo Isidoro e Zé Carlos, o quadro fica dramático.

Ele tem virtudes. Enumerá-los não impede de constatar suas falhas de passe, a ansiedade de ajudar o ataque, o vacilo em deixar desprotegido os zagueiros e a dificuldade para armar o jogo quando os seus companheiros de setor ofensivo estão marcados. Para quem disputa a terceirona ou quer disputar a manutenção na Série B são defeitos que até são “esquecidos”. Mas que são proibitivos para a ambição de almejar o acesso.

Resumo da ópera: é só a torcida perceber a mudança de parâmetro do Guarani para os olhos condescendentes com Auremir serem bem relatizados.

(análise feita por Elias Aredes Junior)