A Câmara Municipal de Campinas retirou de pauta o projeto que liberaria a venda de bebidas alcoólicas nos estádios do munícipio. De maneira correta, as diretorias de Ponte Preta e Guarani fizeram lobby pela aprovação da medida.
Seria um caminho para gerar receita e viabilizar que torcedores entrassem com antecedência no estádio. Risco de pessoas beberem e dirigirem no caminho de volta. Uma boa conversa e convênio com a Polícia Militar para fiscalizar e punir nos trâmites da lei os motoristas alcoolizados seria mais do que suficiente.
Só que tudo caiu por terra devido ao lobby da bancada evangélica. Não quis votar ou sequer discutir. Se ninguém tem coragem de falar eu digo: os Cristãos Evangélicos, no exercício do poder, são um atraso estupendo para o desenvolvimento das cidades, do estado ou do país.
Quem fala aqui é alguém com crença profunda em Jesus, que frequenta uma Igreja Evangélica, que já esteve em outras quatro.
Sabe de suas vantagens, mas reconheço sua influência perniciosa quando não reconhece seus limites. Vale para a vida em sociedade e também ao futebol.
Sejamos sinceros. Se a Constituição Federal, em qualquer um de seus capítulos, tivesse uma ligação direta com os dogmas do protestantismo, ainda vá lá. Seria a Carta Magna submetida as 95 teses de Lutero. Só que o estado brasileiro é laico.
Ou seja, não tem religião. Em resumo: as regras da Igreja do Nazareno, da Batista, Metodista, Presbiteriana, só valem para as suas respectivas religiões e frequentadores. A sociedade não tem absolutamente nada com isso. Aqui, o debate é outro, as regras são outras e todas foram colocadas em vigor após debate, reflexão e votação das câmaras parlamentares.
Nesse caso pergunto: o comércio de bebida alcoólica é proibido no Brasil? Não. Pode ser controlado, mas não é proibido. Diante disso pergunto: por que a religião precisa interferir em algo que é de responsabilidade do estado?
Vou além: porque tratar cidadãos e integrantes de Igrejas Evangélicas como pessoas infantis, como se tivessem a obrigação de fazer atitude A, B ou C.
Vereadores devem representar seus eleitores e jamais fazer proselitismo religioso. O futebol não merece viver um talibã às avessas.
(análise feita por Elias Aredes Junior)