O torcedor da Ponte Preta faz o possível e o impossível para comover o atacante Bruno Rodrigues. Luta por sua permanência no Majestoso após uma temporada na Série com 11 gols e 12 assistências e participação de 45,9% dos gols da Macaca na segundona. Junte o desempenho no gramado com o comportamento camarada do atacante, com participações em programas temáticos e simpatia com qualquer torcedor, seja rico ou pobre. O ídolo ao alcance de todos.
Mas infelizmente o jogador deverá sair após o término do contrato no dia 31 de janeiro. Tem propostas de clubes da Série B e merecidamente pode planejar um salto na carreira. Você pode argumentar que esse protagonismo poderia ser buscado na própria Série B e no comando de uma equipe ávida pelo acesso. Seria o mundo ideal se não fosse por um detalhe: os bastidores e a política interna destruíram qualquer pretensão para segurar o atleta.
Vamos raciocinar. Se a Ponte Preta desejasse contar com o jogador por maior período de tempo, um aspecto seria fundamental: formular um novo contrato e com um aumento de salário. Jogador não trabalha de graça. Precisa ser recompensado. E convenhamos: o que não falta é argumento para Bruno Rodrigues receber tal distinção.
Eis que surge o tormento: de onde virá o dinheiro? Como dar um merecido aumento para um único atleta sendo que o time passou meses com salários atrasados e tem pendências tributárias? Como sacramentar sua permanência se a estimativa é que a folha salarial para o Paulistão estará em R$ 500 mil mensais? Não dá. Simples assim.
Se a Ponte Preta estivesse com uma gestão profissional, planejada, com alta captação de recursos e com capacidade de oferecer um plano de carreira, certamente o jogador poderia até pensar em ficar. Com esse desencontro administrativo reinante no Majestoso, convenhamos: é muito difícil.
(Elias Aredes Junior)