Campinas faz 243 anos e busca redescobrir Ponte Preta e Guarani

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Campinas completa nesta sexta-feira mais um ano de existência. Desigual, provinciana, cheia de conflitos e com dramas sociais inerentes a qualquer metrópole. O Esporte é parte de seu DNA. Guarani e Ponte Preta atuaram como embaixadores da cidade. Suas conquistas e campanhas históricas deixaram o time nas páginas dos principais jornais do Brasil.

Em 1977, o Corinthians saiu da fila e mover mundos e fundos para ganhar da Macaca eficiente, guerreira e qualitativa montada por José Duarte. No ano seguinte, um mineiro emergente chamado Carlos Alberto Silva deu respaldo para craques desafiarem o Status Quo e faturarem o título brasileiro.

A década de 1980 chegou e as duas equipes protagonizaram dérbis inesquecíveis e eletrizantes. Disputavam títulos e enchiam os títulos. O maior público da história do estádio Olímpico pertence a semifinal do Campeonato Brasileiro de 1981. A vitória da Ponte Preta sobre o Grêmio foi presenciada por 98421 torcedores. No ano seguinte, 52002 torcedores estiveram exprimidos no estádio Brinco de Ouro para testemunhar a semifinal entre Guarani e Flamengo. Vitória rubro-negra por 3 a 2. Três gols de Zico. Dois de Jorge Mendonça. Inigualável.

Os anos transcorreram e as duas equipes tiveram motivos para se orgulharem e também para arrancar os cabelos. Rebaixamentos e crises políticas e financeiras inimagináveis nos tempos de ouro. A Ponte Preta que penhorou o sofá para pagar dívidas; o Guarani rebaixado na Série B de 2006 em virtude da inscrição irregular do lateral-esquerdo Gilson. Século 21 que também é sinal de calvário, pois a Ponte Preta amargou cinco temporadas seguidas na segundona nacional e o Guarani atravessou quatro edições consecutivas na Série C.

Estamos em 2017 e existe uma outra tarefa aos dirigentes bugrinos e pontepretanos: fazer com que Campinas redescubra o seu futebol. Não é exagero. Ou sensacionalismo. Quando pesquisas realizadas no munícípio e na região metropolitana de Campinas, o dado é preocupante: o Corinthians lidera a preferência popular com aproximadamente 20% do total. Pior: nem com a soma das duas torcidas locais é possível empatar com o contingente de corinthianos.

Buscar conquistar, revelar jogadores, encher os, encontrar-se antenado com as principais tendências do mundo da bola não são os únicos desafios para os dirigentes bugrinos e pontepretanos. A tarefa é encontrar no meio de um cenário marcado pela desigualdade de renda em relação aos concorrentes, a falta de revelações de ponta nas categorias de base e a inexistência de dirigentes conhecedores do assunto futebol e a falta do dérbi uma saída para deixar Ponte Preta e Guarani como protagonistas e não coadjuvantes de uma cidade com 1,1 milhão de pessoas. Quando isso acontecer, certamente Campinas terá recebido o seu presente mais precioso.

(análise feita por Elias Aredes Junior)