Carlos Alberto Silva é o maior ídolo da história do Guarani?

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O futebol é gostoso por sua imprevisibilidade. Conceitos são jogados ao mar sem cerimônia. O novo fica estabelecido sem um pingo de vergonha. O falecimento do técnico Carlos Alberto Silva projeta um debate: será o treinador o maior ídolo da história do Guarani, acima de atletas e dirigentes?

Dizem que a morte santifica as pessoas. Não é o caso dele. Os fatos gerados agora passam a ficar ordenados e jogam luz as sombras.

Primeiro ponto: Carlos Alberto Silva foi rebaixado com a equipe bugrina em 2001, mas suas outras passagens foram exitosas. Campeão Brasileiro em 1978, quarto lugar na Copa Libertadores de 1979, Sexto lugar no Paulistão de 1984, Terceiro lugar no Brasileirão de 1994, Sexto lugar no Nacional de 1996 e Oitavo lugar em 1999.

Excetuando-se o desastre de 2001, Carlos Alberto Silva colocou-se, na pior das hipóteses, entre os 10 primeiros colocados. De qualquer competição. A conquista do título nacional foi o seu trampolim para construir carreira até no exterior.

Carlos Alberto exaltava o Guarani e mostrava emoção em cada homenagem. “Fico feliz porque o Guarani nunca esquece da gente. Enquanto estiver vivo e em condições, vou sempre participar de todas estas homenagens”, disse em cerimônia realizada em 2013 antes de um jogo da Série C.

Outro sinal é que de 1979 a 2001, data de sua última passagem, Carlos Alberto Silva foi cogitado para sentar no banco de reservas do Guarani. Sua estatura moral e esportiva era tamanha que com a saída de Beto Zini da presidência e a entrada da nova direção com José Luís Lourencetti utilizou a contratação de Carlos Alberto Silva para chancelar a nova administração.

A resposta foi imediata: na estreia do Campeonato Brasileiro, contra o Internacional, no dia 25 de julho, o Brinco de Ouro recebeu 10.687 pagantes.

Pegue este cenário e veja a situação insólita do Guarani: não existe um ídolo da bola incontestável. Muitos elegem Careca pelo seu gol na final contra o Palmeiras; Outros optam por Zenon, por sua partida memorável no Maracanã contra o Vasco. Existem os defensores de Renato Morungada e  sem contar Jorge Mendonça, artilheiro do Campeonato Paulista de 1981 com 38 gols.

Outros candidatos? Evair, João Paulo, Djalminha, Luizão e Amoroso, que tem a preferência da população mais jovem por se posicionar favoravelmente como bugrino.

Cada um tem sua visão. Só existe uma unanimidade nestas alas: a idolatria em torno de Carlos Alberto Silva. Se nos próximos anos não surgir nenhum jogador capaz de suplantar todos estes jogadores, dá para dizer que o falecido continuará como fator de integração e de idolatria das arquibancadas do Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)