Chegada em final de Paulistão, possibilidade de título e trapalhadas da diretoria da Ponte Preta. Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa!

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Incrível como muitos brasileiros tem atração pela adesão ao poder. Qualquer um. A Ponte Preta merecidamente disputa a final do Campeonato Paulista e internautas e torcedores reivindicam que este portal Só Dérbi conceda um salvo conduto a atual diretoria.

Que o autor destas linhas passe de um dia para a noite  a elogiar a diretoria  pelo fato de chegar a decisão. Antes de iniciar esta reflexão vou usar uma frase para explicar meu pensamento. A frase é simples: acertos do presente não apagam os erros do passado.

A diretoria da Ponte Preta vacilou sim na gestão do futebol. Só não vê quem não quer. Começou na escolha de um técnico que não teria a mínima condição de conduzir um time de ponta. Felipe Moreira armou uma equipe fraca, com posicionamento deficiente e adepta da ligação direta. Um horror.

Pergunta: quem colocou o rapaz ali? Foi Nostradamus? O profeta Isaías? Foi a diretoria. Com nome e sobrenome: Vanderlei Pereira, Hélio Kazuo, Giovanni Di Marzio e o presidente de honra, Sérgio Carnielli. Erraram. Tais nomes citados são honestos, decentes e querem o bem da Ponte Preta. Mas erram. Como qualquer ser humano.

Após o vexame na desclassificação na Copa do Brasil para o Cuiabá, a Macaca passou duas semanas indecisas e com inúmeras trapalhadas para a escolha do novo técnico. Que culminou com a contratação relâmpago e desastrada de Adilson Baptista, repudiado pela torcida. Negócio desfeito de modo imediato.

Pergunta que não quer calar: quem autorizou Gustavo Bueno a fazer a contratação? Zeus? Getúlio Vargas? JK? Não: foi a diretoria da Ponte Preta e os nomes citados acima. Erraram. De novo.

Algo precisa ser dito: o acerto, o golaço da contratação de Gilson Kleina só aconteceu por obra e graça da teimosia (bendita, neste caso) de Sérgio Carnielli. Desde a demissão de Felipe Moreira não era outro o nome em sua mente. Pelo palpite dos outros dirigentes poderia aparecer qualquer outro profissional: Enderson Moreira, Ney Franco, etc…E a torcida certamente torceria o nariz. Fato.

Para quem nunca frequentou os bastidores de um clube de futebol deveria saber algo básico: por vezes, é possível dissociar as trapalhadas da diretoria daquilo que é feito no vestiário. Em 2003, por exemplo, a Ponte Preta quase caiu para a Série B e se não fosse a determinação e pulso firme do técnico Abel Braga e do então diretor de futebol Marco Antonio Eberlim nos vestiários, a vaca teria ido para o brejo. Na ocasião, os salários estavam atrasados e o clube estava um caos. De quem era a culpa? Da torcida é que não era.

Este bloco ufanista na defesa da diretoria da Ponte Preta quer a isenção da diretoria assim como a mãe que perdoa o filho por ter colocado fogo na cama em virtude de no mesmo dia ter tirado nota 10 na prova de Matemática. Como diria o filósofo contemporâneo: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Os míopes insistem em não querer colocar o óculos do discernimento. Paciência.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Fábio Leoni-Pontepress)