Com Kleina, Ponte Preta aposta em veteranos e base perde espaço

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O tratamento com os jovens e as chegadas de reforços experientes têm feito a Ponte Preta deixar um pouco de lado a fama de ser um time revelador no Brasil – principalmente como foi nas décadas de 60 e 70, mas com exemplos recentes também. Apesar da tradição do clube em revelar jovens talentos, os garotos estão perdendo espaço. Na última rodada do Brasileirão, por exemplo, apenas três prata-da-casa ficaram à disposição no banco. No ano passado, no mesmo período, quatro atletas formavam a base da equipe.

Em 2016, ainda com Eduardo Baptista, o lateral Jeferson, o volante Matheus Jesus, e os meias Ravanelli e Léo Cereja eram constantes presentes nas escalações e nos jogos. Neste ano, novos nomes como Reynaldo, Emerson e Yuri surgiram no primeiro trimestre, mas receberam poucas chances de continuidade principalmente com a chegada de Gilson Kleina.

A exemplo de Léo Cereja, Ravanelli preferiu ser negociado após não ter sequência entre os titulares. O meia vai atuar no futebol da Rússia e não integra mais o elenco. Já Matheus Jesus foi afastado por motivos interdisciplinares e segue encostado no elenco. Jeferson, Reynaldo, Emerson e Yuri ficam apenas como opção no banco, mas com exceção do atacante os demais pouco atuaram no Brasileirão.

No espaço de um ano a equipe elevou a média de idade de 26 anos para 29, mas os jogadores com pouca idade não recebem mais oportunidades. O goleiro Ivan, de 19 anos, é a terceira opção para o gol. No sistema defensivo os jovens são Jeferson, de 20, Emerson, com 18, e Reynaldo, também com 20. No meio-campo, sem Ravanelli, apenas Léo Artur tem menos que 22 anos. No sistema de ataque, Claudinho, de 20, e Fernandinho, com 19 anos, também não surgem como opções de Kleina.

Tudo isso agregado com a contratação de veteranos. A diretoria confirmou as chegadas do zagueiro Rodrigo, de 36 anos, do meia Renato Cajá, 32, e Xuxa, de 35, além do atacante Emerson Sheik, o mais velho do elenco com 38. Na última rodada, contra a Chapecoense, o time atuou com Aranha (36); Nino Paraíba (31), Marllon (25), Rodrigo (36) e João Lucas (26); Wendel (35), Naldo (27) e Renato Cajá (32); Léo Artur (22), Lucca (27) e Emerson Sheik (38). Uma média de idade de 30,5 anos – time envelheceu 4,5 anos em 12 meses.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)