Como a inteligência emocional auxilia o Guarani nesta arrancada na Série B do Brasileirão?

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Mente o torcedor bugrino que imaginava o Guarani com 12 pontos após seis jogos disputados na Série B do Brasileirão. Frequentar a zona de classificação após o fracasso na Série A-2 do Campeonato Paulista é caso para estudo, independente do que acontecer até o final. Continuo com a tese de que a permanência deve ser a prioridade, mas não dá para fugir da constatação: o Alviverde faz muito com pouco.

O time é limitado. A zaga não transmite confiança, os volantes são, no máximo esforços, Fumagalli não pode atuar em todos os jogos, Eliandro vive altos e baixos, Bruno Nazário começa a ficar marcado e as opções no banco de reservas não arrancam suspiros, especialmente porque todos os contratados ainda não estão a disposição por problemas de inscrição.

Sem contar o cobertor curto, quase inexistente, em termos táticos. Na prática, a única jogada disponível é o lançamento longo, a espera de Eliandro que vencer o adversário na dividida e coloque a bola na rede. É pouco? Sim, quase nada. Então, como explicar o desempenho?. Tudo pode ser resumido em uma expressão: inteligência emocional. Na prática, é o profissional que consegue identificar as suas emoções e dos subordinados de modo eficiente. Neste quesito, o técnico Oswaldo Alvarez, por enquanto, dá de goleada nos concorrentes.

Diego Jussani está sob suspeita da torcida e da imprensa? Vadão lhe dá a tarja de capitão em caso de ausência de Fumagalli. Automaticamente, lhe transmite confiança e faz seus companheiros presumirem que deixar Jussani na roça é, na prática, colocar a comissão técnica na berlinda. Resumo: antes você tinha um jogadores prestes a ir pela porta de saída. Hoje conta com alguém que, mesmo com suas limitações pode colaborar.

Evandro e Auremir não chegam com eficiência na frente? Enfatize nas entrevistas coletivas o quanto são importantes na pegada de marcação e quanto o entrosamento na Série A-2 pode desequilibrar. “Esqueça” o erro contra o Boa Esporte e aborde o lado positivo. Carinho e compreensão dos subordinados são produzidos nos subordinados até de modo natural.

A torcida, imprensa e até jogadores elegem que Fumagalli é o dono do time e joga como e quando quiser? Decida poupá-lo e patrocine substituições até quando a conjuntura pede que não é adequado. Quando a vitória aparece, como quando o Boa Esporte, você leva os créditos e o grupo passa a acreditar que é possível caminhar sem o camisa 10. E nas conversas de bastidores e com jornalistas valorize o talento do atleta de 39 anos. Confiança, credibilidade e esperança de conjunto são emoções geradas tanto de um lado (o elenco) como de outro (Fumagalli).

O Guarani pode ficar neste ritmo até o final? Não dá para saber. Quedas de rendimento são normais em um campeonato de 38 rodadas. Algo é explicito: Vadão extrai frutos positivos ao tratar jogadores como seres humanos, passíveis de vitórias e frustrações e não como máquinas prontas para serem consumidas pela estrutura do futebol.

(análise feita por Elias Aredes Junior)