Como explicar e entender a derrota da Ponte Preta no dérbi 206 e as lições que ficam para o futuro

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Ninguém vai de calção e camiseta de praia para um casamento. Assim como não há como imaginar frequentar uma praia com terno e gravata. Conhecer e estabelecer os conceitos e exigências  presentes em qualquer ambiente é fundamental para prevalecer sobre os seus adversários. O rendimento ruim na parte técnica, as falhas de concepção de jogo por parte do técnico Pintado são os menores problemas apurados na derrota da Ponte Preta no dérbi 206.

Aponto sem medo de errar que o defeito fatal, aquele que levou ao abismo da derrota foi a ineficiência  de leitura apurada do que seria o jogo. Vamos por partes. Excetuando-se a chuva, todos sabiam da capacidade do Guarani em imprimir velocidade pelos lados e especialmente como João Victor e Bruno José tem uma capacidade de recomposição para auxiliar na compactação da defesa. Cada caso é um caso. O jogo demonstrou por A mais B que estavam certos os céticos em relação a utilização de Elvis desde o começo do jogo.

É péssimo jogador? Nada disso.

Mas era uma partida que poderia ser disputada em alta rotação e o jogador poderia ficar deslocado. Ele ficou por outro motivo, que foi o gramado pesado do Brinco de Ouro.

De uma forma ou de outra foi algo equivocado por parte da Comissão Técnica. A referência estava presente dentro do próprio Majestoso. E existia outro caminho. E estava bem próximo da memória.

No ano passado, ao empatar sem gols no turno inicial e vencer por 1 a 0 com gol de Fessin, o time encontrou um Guarani propositivo, que tentou jogar, fosse com o interino Ben Hur Moreira ou com Mozart.

Qual era a resposta da Ponte Preta? Marcação sob pressão, adiantamento das linhas e intimidação do oponente por intermédio da saída de bola. O time do passado como o atual também tinha limitações. Muitas. Mas porque largar uma estratégia em preferência de uma outra que lança mais dúvidas do que certezas?

Jogar pipocado, abusar das faltas, tentar atrasar o jogo e assim impedir o avanço do oponente era algo super válido nas décadas de 1990 e início do Século. Hoje temos um outro futebol. Na maioria das vezes, os árbitros querem um jogo mais solto, corrido e sem tantas interferências. E temos o VAR que transformou a certeza do passado em dúvida do presente.

Em resumo: a Ponte Preta não precisa apenas melhorar o rendimento no gramado. Precisa, antes de tudo, encontrar-se conectada com os conceitos que fazem uma equipe ser competitiva ou não.

(Artigo de Elias Aredes Junior- Foto de Diogo Reis -Especial para a Pontepress)