O Guarani vive momentos de expectativa. Apesar de comunicar por telefone a sua renúncia, caso fosse cancelada a assembleia de sócios do próximo dia 25, o pedido feito pelo presidente Palmeron Mendes Filho não foi registrada pela ata dos presentes a reunião do Conselho Deliberativo realizada nesta quinta-feira.
Ou seja, apesar de ter renunciado de fato, Palmeron ainda pode recuar de sua decisão pois não há a renuncia configurada sob o ponto de vista jurídico. Já Assis Eurípedes, integrante do Conselho de Administração, negou a reportagem do Só Dérbi que tenha renunciado.
O encontro começou com a votação de adiamento da assembleia de sócios que seria originariamente votada no dia 13 e que seria para analisar as propostas de terceirização do departamento de futebol. Em contato com “Rodrigo Magoo”, sócio campeão e que tem direito à participação, Palmeron mostrou irritação com a perspectiva de adiamento.
No contato, Palmeron disse que, se cancelasse a assembleia, ele renunciaria. A declaração foi repassada para Toni Cassaro, que presidia a reunião do Conselho Deliberativo. As reuniões do Conselho Deliberativo são gravadas e, por isso, o ato está registrado. Mas o fato e o pedido de renúncia do dirigente bugrino não foram para a ATA do encontro (registrada em cartório e utilizada como prova jurídica), o que abre espaço para um recuo de Palmeron. Além disso, uma fonte disse ao Só Dérbi que somente uma carta de renúncia assinada por Palmeron teria validade jurídica.
Na votação, 28 escolheram adiar a assembleia e outros 25 decidiram sustentar a data originariamente prevista. Apesar do resultado contrário, Palmeron Mendes assegura que vai sustentar a assembleia no dia 13.
No entanto, com a recusa, Palmeron será obrigado a cumprir o que prevê o Estatuto do clube e que diz o seguinte no artigo 42:
“Artigo 42 – A convocação da Assembleia Geral será feita sempre por edital afixado em local visível na sede do Clube, publicado no seu sítio eletrônico oficial e em jornal de circulação local, com antecedência mínima de 10 (dez) dias, dispondo necessariamente sobre o local, a data, o horário do início de seus trabalhos e a ordem do dia”.
A VERSÃO DE PALMERON
O dirigente bugrino, em contato com a reportagem, assegurou que não haverá renúncia. A assembleia de 13 de agosto, a qual iria decidir o parceiro da cogestão do futebol, está cancelada. “O Conselho de Administração acatará a decisão tomada pelo Conselho Deliberativo. Vivemos uma democracia e o voto sempre deverá ser respeitado”.
Palmeron ainda explicou a sua ida ao Rio de Janeiro na quinta-feira, justamente no dia da reunião entre os conselheiros. “Viajei para reuniões com o Esporte Interativo e definir contratos de transmissão ao exterior a partir da Série A2 de 2019. Ainda estive tratando da liberação de seis cotas de televisão que foi retido pela TV Globo”.
O mandatário também disse que uma entrevista coletiva deve ser concedida na manhã desta sexta-feira para prestar esclarecimentos ao torcedor.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior e Lucas Rossafa – atualizado às 11h)