Criciuma passa por perrengues mas mira o futuro; Guarani se contenta com a mediocridade do presente. Até quando?

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O Guarani disputa nesta quarta-feira um confronto decisivo com o Criciuma, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Quando a bola rolar vamos prestar atenção no ímpeto bugrino de atacar e buscar a redenção e a provavel retranca que será armada por Claudio Tencatti. Mas o confronto reserva outras camadas de análise. E devemos mirar a nossa mira no presidente do clube, Antenor Angeloni, empresário bem sucedido e que há anos investe e sustenta o clube.

Mas existe um detalhe do time catarinense que deveria merecer a atenção de qualquer torcedor bugrino. Apesar de resultados horriveis e inadmissiveis nesta trajetória, como por exemplo, o fato de atuar vários anos na Série B e de neste ano disputar a segunda divisão do Campeonato Catarinense, é impossivel fechar os olhos ao fato que Angeloni ganha de goleada de qualquer dirigente bugrino quando falamos na construção de um legado.

Ele viabiilizou a construção de um Centro de Treinamento de Primeiro Mundo para o Tigre Catarinense. De acordo com descrição no site oficial do clube, o empreendimento tem 2.803,7 metros quadrados de área construída. O alojamento do local é dividido em dois blocos e conta 32 quartos duplos. A instalação também conta com refeitório, quatro vestiários, cozinha, auditório, lavanderia, sala de recreação, academia, área de serviços de medicina e fisioterapia.

Pasmem: o CT também possui uma Subestação de Energia Elétrica com transformador com potência de 300 kwa e reservatório de água próprio com capacidade de 89mil litros, que é abastecido por um poço artesiano.

O espaço conta com seis campos de futebol com medidas oficiais para o uso das equipes da base e o profissional do Tigre. Um dos campos serve para jogos amistosos, além de treinos, contando com dois vestiários, cabine de imprensa e arquibancada ecologicamente sustentável, com capacidade para 1.400 pessoas, além de um bloco de apoio que abriga os banheiros sanitários e uma lanchonete com terraço.

Mesmo que o ápice de destaque do Criciuma tenha sido a conquista do Copa do Brasil de 1991, está na cara que Antenor Angeloni subiu o time de patamar. Competência que, aliás, era alardeada pelos quatros cantos pelo falecido técnico Oswaldo Alvarez, pois ali foi campeão catarinense de 2013. Agora pergunto: qual dirigente bugrino nos últimos anos construiu tamanha obra? Sim, porque mecenas são vários. O que importa é aquilo que é deixado para as futuras gerações.

Dizer que o novo estádio,às margens da Rodovia dos Bandeirantes se encaixa em tal perfil chega a ser um insulto. Afinal, o estádio só vai virar realidade porque o Guarani se desfez de um patrimônio para recomeçar a sua vida em patamares mais modestos. Devemos comemorar? Não, definitivamente não.

Criciuma é uma cidade de médio porte brasileira e que tem quase 220 mil habitantes. Campinas é uma metropole com mais de 1,2 milhão. O primeiro municipio tem um clube que planeja e pensa o futuro, mesmo com suas limitações e resultados negativos. O segundo municipio tem sob o seu teto um time com passado glorioso, mas que parece incapaz de fazer algo que lhe faça voltar ao patamar de outrora. Fazer tudo direitinho e ficar na zona intermediária é apenas cumprir com sua obrigação. Infelizmente, os dogmas do passado são uma corrente para almejar o futuro. Que essas correntes não pesem e o Guarani, no jogo da bola, vença o Criciuma.O torcedor bugrino agradece.

Acompanhe aqui a versão em áudio: