Crise na Ponte Preta e a dura realidade: Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli são sócios do fracasso

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A Ponte Preta teve agitação nos bastidores com a demissão de Felipe Moreira. O gerente de futebol, Gustavo Bueno e o diretor de futebol, Hélio Kazuo, compareceram para dar explicações em entrevista coletiva. Lógico e Natural. São os responsáveis pelo departamento. Desleixo total seria ignorar a participação de outros personagens e agora colocados sob a sombra do anonimato. Devem ser cobrados e deveriam dar explicações. Sim, falo do presidente Vanderlei Pereira e do presidente de honra, Sérgio Carnielli.

Se ninguém explicou o cenário, tratarei de esclarecer: lógico que Gustavo Bueno toma as decisões do departamento de futebol. Teve autonomia para apostar em Felipe Moreira e suportou as consequências. No entanto, ele nada é mais do que um subordinado. Aplica ordens. Instala as diretrizes definida pela diretoria.

Apesar de encontrar-se fora do cotidiano do Majestoso e sem poder de decisão em virtude de decisão judicial, Carnielli ainda é chamado para opinar e interferir em instantes decisivos. Sua palavra tem peso e relevância. Assim como do próprio Vanderlei Pereira. Ou seja, se quisessem o enredo seria outro. Eles conversariam com Gustavo Bueno e demovê-lo da ideia de promover ao time profissional um treinador com pouco tempo de estranho e com conceitos de futebol deficientes. Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli são sócios do fracasso.

A impressão parecia outra. Conforme o rendimento ficava abaixo do esperado, apenas Felipe Moreira aparecia para dar explicações ou Gustavo Bueno, como na goleada sofrida diante do São Paulo. Opa! Espera aí! E os mandatários supremos? Em boa parte do tempo, ninguém sabe, ninguém viu.

Fica difícil usar o argumento de que eles estão agindo nos bastidores e no dia a dia. Não cola. A Ponte Preta é clube de massa e popular. Quem está no comando deve satisfação ao protagonista, que é o torcedor. Aparecer em instantes de crise, como na possível venda de Pottker ao Corinthians, não resolver quase nada. Pelo contrário. Aumenta o distanciamento daqueles que estão no gabinete com os frequentadores das arquibancadas.

Pouco interessa saber o próximo treinador da Ponte Preta em relação aos cenários presentes. Trazer José Mourinho ou Guardiola em um acesso de loucura não fechará as cicatrizes se Vanderlei Pereira ou Sérgio Carnielli ignorarem a necessidade de prestarem conta de viva voz as atitudes e decisões tomadas pela diretoria. Os objetivos da Macaca na temporada precisam ser explícitos e sem temor. Se a Sul-Americana for colocada em segundo plano por causa do Campeonato Brasileiro, que seja explicado. Sem enrolação. E esteja preparado para as criticas e o debate. Responder com classe, educação e conteúdo seria a atitude digna tanto por parte de Carnielli como de Vanderlei Pereira.

Tanto um como outro são dirigentes adultos, empresários consagrados e com folha de serviços prestados à Ponte Preta. São inteligentes além do suficiente para demonstrarem o que pretendem para o clube. Não precisam de advogados de defesa. Nem na diretoria, imprensa ou torcida.

Está na hora de colocarmos um ponto final em frases ditas nas arquibancadas e bastidores: “O Vanderlei pensa isso”, “o Carnielli acredita em tal conceito”. Chega de terceiros falarem em nome dos dois dirigentes mais importantes da Macaca.

Para o bem ou mal, Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli devem aparecer na arena da opinião pública. Antes que a mágoa da torcida transforme-se em um ressentimento irracional e infinito.

(análise feita por Elias Aredes Junior)