A divulgação dos balanços financeiros é uma obrigatoriedade surgida com a Lei Pelé. E um dos requisitos mais importantes é o tamanho da dívida dos clubes de futebol. Ou seja, qual a capacidade de investimento para crescer, obter resultados relevantes e conquistas que fiquem impregnadas na memória do torcedor.
Uma análise feita pela Pluri Consultoria demonstra que Ponte Preta e Guarani juntos tem uma dívida de R$ 394 milhões (R$ 148 milhões da Ponte Preta e R$ 246 milhões do Guarani) e encontram-se bem à frente de outros centros que disputam a Série B do Campeonato Brasileiro quando o tema é acerto de contas. Como termo de comparação, basta dizer que cinco postulantes ao acesso devem no total R$ 263 milhões, o que equivalente a 66% do déficit campineiro.
Avaí e Figueirense são integrantes da Série B e concorrentes diretos do futebol de Campinas. No ano passado, fecharam com dívida total de R$ 70 milhões para o Avaí e de R$ 89 milhões para o Figueirense. A soma de R$ 159 milhões é 40,35% do montante devido pelos times de Campinas.
A discrepância fica maior quando se verifica o tamanho das dívidas do trio de Goiânia, formado por Goiás (R$ 42 milhões), Vila Nova (R$ 33 milhões) e Atlético-GO (R$ 29 milhões). O total de R$ 104 milhões equivale a 26% ao que é devido por Macaca e Bugre.
Curioso é observar no ranking que a soma da divida campineira é quase igual àquilo devido pelo Grêmio, com R$ 392 milhões para pagar, mas que tem, recentemente, um título da Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017) e Gauchão (2018) para celebrar.
Na atual década, o saldo do futebol campineiro é contraditório. Se a Ponte Preta foi vice-campeã paulista em 2017, segundo lugar na Sul-Americana de 2013 e medalha de prata na Série B de 2014, o Guarani tem o vice-campeonato da Série C de 2016, o vice-campeonato paulista de 2012 e a conquista da Série A-2 de 2018. Em contrapartida, o Alviverde tem o rebaixamento no Paulistão de 2013 e a Alvinegra tem duas quedas na divisão de elite nacional, em 2013 e 2017.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)
Anexo: Ranking da dívida do futebol brasileiro. Fonte: Pluri Consultoria