Existem aliados do presidente da Ponte Preta, Marco Antonio Eberlin, que consideram injusta a colocação nas costas do dirigente o fracasso na Série B do Campeonato Brasileiro. O que se verifica nas redes sociais é uma cobrança efetiva sobre o presidente pontepretano. Muitos querem o seu afastamento.
A injustiça é argumentada em cima dos fatos do passado que teriam inviabilizado a atual administração. Punições com transferban, bloqueio de contas, falta de recursos orçamentários, entre outros requisitos deixaram o atual dirigente sem margem de manobra, argumentam seus apoiadores.
Vamos supor que tudo isso seja verdade. Aceitemos a hipótese de que as administrações foram responsáveis diretas pelo atual estado no estádio Moisés Lucarelli.
Existem dois obstáculos para a aceitação desta tese. A primeira é que nem todos os dirigentes que conduziram a Macaca neste período foram efetivamente punidos. Salutar saber quanto cada presidente acumulou em dívidas? Corretíssimo. Mas sem a aplicação de punições a tese fica manca e perde força. Neste caso, o Conselho Deliberativo falha e muito.
O segundo motivo tem relação direta com a palavra responsabilidade, que nada mais é do que responder pelas ações.
Quando assumiu a presidência, Eberlin tinha a opção de escolher um gerente de futebol e um executivo que exercesse de modo efetivo o poder dentro do futebol profissional. Que escolhesse as contratações. Que organizasse a estrutura. Automaticamente, estes profissionais seriam cobrados pelo fracasso e celebrados no sucesso. E o presidente, em caso positivo, surfaria na onda e em caso de fracasso poderia argumentar que eles não renderam de modo satisfatório.
Por convicção, o atual presidente pontepretano considerou que a melhor alternativa era de que ele assumisse a gestão do futebol, com a escolha de jogadores e a estruturação do Departamento de futebol e a designação do treinador. Tudo em suas costas.
Como torcedor brasileiro é personalista, certamente se estivesse brigando pelo acesso, Eberlin estaria sendo diretamente ligado ao sucesso da equipe. Como foi ovacionado no final dos anos 1990 e início do Século 21, quando foi diretor de futebol e vice-presidente de futebol e foi semifinalista de Copa do Brasil, de Campeonato Paulista e levou a Macaca para fase decisiva de Brasileirão.
Como a briga é contra o rebaixamento, e por assumir as responsabilidades no futebol, o atual presidente é cobrado.
É preciso entender o momento, compreender as cobranças e planejar um 2024 melhor. Simples assim.
(Elias Aredes Junior com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)