Há dois anos compareci a um treinamento da Ponte Preta no Centro de Treinamento do Jardim Eulina. Durante a atividade, o então gerente de futebol, Gustavo Bueno me levou ao presidente de plantão, Vanderlei Pereira. Após as apresentações de praxe, iniciou-se um debate de alto nível em relação a visão que eu tinha sobre os problemas da Macaca.
No final da conversa, o mandatário soltou a frase: “Momentos antes de me despedir do Marcelo Lomba (atualmente no Internacional) ele fez questão de agradecer por tudo que ocorreu com ele no clube e disse que a Ponte Preta era um paraíso porque não tinha problemas, só soluções”, afirmou o dirigente.
Inevitável relembrar este diálogo diante do atual quadro vivido no estádio Moisés Lucarelli. Vou mais longe: infelizmente não há a percepção de que o mundo mudou. Inclusive o futebol.
Estamos de acordo que a Ponte Preta hoje tem um Centro de Treinamento defasado, problemas políticos infindáveis e já teve que encarar atraso no pagamento de salário para funcionários e integrantes do departamento de futebol. Asseguro que há 20 anos isto não seria empecilho para a Macaca ser enquadrado como um time de médio porte do futebol brasileiro.
Hoje, apesar de alguns bons resultados recentes, como o vice-campeonato na Copa Sul-Americana de 2013 e o segundo lugar no Paulistão do ano passado, não há como contestar que algumas equipes estão a frente da Ponte Preta em relação as condições de trabalho. Não falo dos gigantes e nem do Atlético-PR e sim de agremiações como Ceará, Criciúma e até o Londrina, apesar do seu futebol ser da responsabilidade de um terceiro.
Temos uma falha gritante: discutimos apenas o dia de hoje. Não planejamos o futuro e somos incapazes de discutir profundamente os erros do passado.
A Ponte Preta não pode brincar de máquina do tempo e apenas de vez em quando portar-se como um time antenado. Passou da hora de entrar no Século 21.
(artigo escrito por Elias Aredes Junior)