Em 2017, o Guarani não pode perder os dedos e nem os anéis

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O Guarani vive um instante emblemático. Após três tentativas frustradas alcançou a Série B do Campeonato Brasileiro. Em estágio natural, o acesso à divisão de elite do Paulistão seria algo natural. Não é bem assim. As disputas políticas internas, o rompimento de Horley Senna com o empresário Roberto Graziano fizeram com que a perspectiva financeira do Guarani ficasse reduzida.

Nunca é demais lembrar: na terceirona, Graziano aportava bem mais do que os R$ 350 mil mensais estipulados pela Justiça Trabalhista. Ajudou a pagar a folha de pagamento. Esse mundo não existe mais. Resultado: tempos de escassez no horizonte.

Diante deste cenário,o torcedor do Guarani deverá mudar o seu foco para 2017. Não, não digo que o acesso no Paulistão deve ser descartado. É algo que deve ser batalhado a cada minuto. Tal postura não deve incutir um espirito de engano no torcedor em relação as dificuldades. Serão apenas dois os promovidos e a chance de frustração é enorme.

Digamos que Ney da Matta e seus jogadores não consigam o objetivo. Parem nas semifinais. Isto não pode ser motivo para a promoção de um “cavalo de pau” no departamento de futebol. Em miúdos: troca de técnico, dispensa em massa de jogadores entre outros procedimentos consagrados no futebol. O foco deve ser na manutenção do calendário.

Explico: digamos que o Guarani obtenha  o acesso mas no segundo semestre caia de ponta de cabeça e seja rebaixado a Série C. Consequência: sim, existiria o pagamento de uma cota de televisão pela participação de elite paulista, mas a partir de maio o caixa estaria zerado pois a terceirona nacional não paga nada e provoca desaparecimento na mídia.

Reflita agora e imagine o Guarani eliminado na segundona regional e na Série B com uma campanha sem sustos e sem riscos de rebaixamento. Em 2018, a direção de futebol teria assegurada uma verba para continuar o seu trabalho, com R$ 600 mil na Série A-2 e R$ 8 milhões na Série B. Bem ou mal, a porta fica aberta para a montagem de uma equipe digna.

Compreendo a ansiedade do torcedor bugrino, ávido por retomar o seu lugar na Série A do Brasileirão e do Paulistão. Só que o futebol está caro, competitivo e equilibrado. Cada passo requer cuidado, planejamento e malícia para antever os desastres. No atual estágio se o avanço ficar inviabilizado, que não aconteça qualquer tipo de regressão no Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)