A cena marcante da derrota do Guarani para o Mogi Mirim aconteceu no segundo tempo. Fumagalli foi substituído por Marcinho. Enquanto o primeiro sentou no banco de reservas com cara de poucos amigos o segundo até que produziu algo que levasse o Guarani a acalentar esperança do empate. Esta cena expõe um assunto que merece uma análise pormenorizada e uma medida contida com grande regime de urgência: Fumagalli precisa sentar no banco de reservas. Antes que seja tarde.
Ninguém contesta o curriculo do jogador. Sua história no Guarani está cravada. Não discordamos do passado e sim alertamos o presente. A demanda bugrina pede acesso. A participação na Série B do Brasileirão pede um time forte fisicamente e meio-campo dinâmico e eficiente.
Os componentes do setor precisam entregar-se a tarefa de marcar as peças principais do oponente e fôlego para arquitetar as principais jogadas ofensivas. Que Edinho, Renato Henrique e Deivid fracassaram não há dúvida. O que dizer então de Fumagalli? Hoje, o jogador é um pilha de bateria viciada: tem energia nos minutos iniciais, executa multiplas tarefas e conforme o tempo passa a queda de rendimento é inevitável.
Se as evidências são tão gritantes, o que impede a decisão? Alguns pontos saltam aos olhos. Em primeiro lugar é o patrimônio construído por Fumagalli em suas quatro passagens, cujo o feito principal é chegar a decisão do Paulistão de 2012. Nos anos subsequentes, o atleta virou salvador da pátria. E em determinadas ocasiões, a expectativa foi correspondida, como na vitória diante do Boa Esporte, quando fez o gol salvador. Só que existe garantia de repetição do final feliz no duelo contra o Ypiranga e nos outros jogos do returno?
Marcelo Chamusca tem uma dura missão. Ser ousado e conservador. Ousado para colocar Fumagalli no banco de reservas e prudente para patrocinar a volta de Lenon ao meio-campo e Daniel Damião a lateral. Tudo no seu devido lugar. O que não pode é ser derrotado pela letargia.
(análise feita por Elias Aredes Júnior)