Disputa política, atraso de salários, bicho que desaparece do bolso dos boleiros. Trabalhar na Ponte Preta na atualidade é flertar com o delírio e a emoção. É ficar na corda bamba, entre o sucesso e o fracasso.
Neste contexto, o papel do técnico é fundamental.
Entendo a decepção do torcedor com a Macaca. Compreendo o seu olho vermelho ressacado ou marejado e os pulsos saltados. Prontos para cometer uma loucura. Como vejo como normal as criticas dirigidas ao técnico Gilson Kleina. O futebol no gramado não comove. Longe de emocionar.
Cravo sem medo de errar: na atual conjuntura não existe técnico mais adequado para conduzir a Ponte Preta até a outra margem do rio.
Por que? Simples. Dirigir com eficiência a Ponte Preta em determinados instantes da sua história não basta conhecer de técnica, tática ou saber conduzir o vestiário.
É preciso detectar o que se passa em cada corredor, o espirito de cada conselheiro ou a maneira de entender o que pretende o torcedor.
Tais informações constroem na mente do treinador a palavra correta, o gesto adequado ou a conduta que esfria o ambiente quando tudo esta quente. Ou que incendeia na hora que a frieza produz paralisia.
Questiono: com mais de 200 jogos no banco de reservas que outro profissional da ativa tem tamanho respaldo e lastro para decifrar os labirintos impostos pelo clube?
Pois é. Gilson Kleina: incerto e tenso com ele. Muito pior sem ele.
(Elias Aredes Junior-com foto de Alvaro Junior-Pontepress)