Grupo Brugrinas em Ação entra de sola na luta contra o assédio nos estádios

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Se existe algo que deve ser comemorado e espalhado é quando os torcedores de futebol utilizam suas paixões para colaborar na construção de uma sociedade melhor e fraterna. Prova disso é que o grupo Bugrinas em Ação detonou uma campanha que luta contra o assédio nos estádios de futebol e que deverá ser realizada com maior intensidade a partir do Campeonato Paulista.

De acordo com uma das componentes do Bugrinas em Ação, Natália Moreira, a ideia surgiu ao tomar conhecimento de projeto semelhante da Torcida Organizada Remoçada (TOR), que tem ações específicas para proteger as mulheres que desejam frequentar as arquibancadas. “A repercussão tem sido bacana e os torcedores abraçaram a causa”, afirmou Natália.

Os dados revelados recentemente mostram que a violência e o assédio contra a mulher precisam de uma atenção constante. Basta dizer que em junho do ano passado, 97% das mulheres acima de 18 anos  afirmaram que já passaram por situações de assédio sexual no transporte público, por aplicativo ou em táxis. O levantamento foi realizado pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.

Outro dado é trazido pelo instituto DataSenado, que em dezembro do ano passado demonstrou que apenas 4% das mulheres consideram que são tratadas com respeito, enquanto que 39% pensam que tal acontece em algumas ocasiões e 56% não veem tratamento respeitoso por parte dos homens.

O levantamento do Datasenado teve 2.400 mulheres entrevistadas de todas as unidades da federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, no período de 25 de setembro a 4 de outubro. A amostra é estratificada, totalmente probabilística, com alocação proporcional à população segundo dados mais recentes do IBGE. A margem de erro é de dois pontos percentuais com nível de confiança de 95%.

O desejo das torcedoras bugrinas é melhorar parte desta situação.

(Elias Aredes Junior)