Cada time tem sua escola.
Uma maneira de atuar.
Uma linha do tempo capaz de construir um perfil que perdura por décadas e décadas.
O Flamengo é conhecido por ser um clube virtuoso e ofensivo. O Grêmio cravou sua história no futebol brasileiro ao apresentar-se como um time valente, lutador e eficiente nos contra-ataques. O Corinthians é conhecido pela raça e dedicação dos seus atletas, especialmente os mais limitados. O Bahia atua embalado e vitaminado pelas arquibancadas da Fonte Nova. Um mosaico de estilos é que fazem o futebol brasileiro ser algo tão único.
O Guarani tem um estilo. Ofensivo, criativo, técnico. Foi assim que ganhou o Brasileirão de 1978, a Taça de Prata de 1981, encarou o Flamengo de 1982 e conseguiu o acesso na Série B de 2009. Em 2012, ao decidir o Campeonato Paulista contra o Santos, perdeu os dois jogos. Mas tentou jogar futebol. Tanto que foi aplaudido pela torcida santista na hora da premiação.
Podemos reclamar de várias decisões feitas por Bruno Pivetti e agora por Umberto Louzer. Não temos o direito de chiar quanto a tentativa de resgatar desta escola histórica. Claro, guardadas as devidas proporções. O Guarani joga. Tem ofensividade.
Mas existem momentos de que não dá para exibir excelência. Este modelo poderá ocorrer contra o Avaí. Sem Bruninho e Matheus Bueno, o Guarani perderá contundência ofensiva e toque de bola. Certamente vai apelar para as ligações diretas. Correto? Não, não é. Mas é o que dá para fazer.
Evidente que se Régis ganhar condições de jogo o quadro muda. Mas é quase certo de que a fluidez de outros confrontos será dificil. Nesse instante será necessário mostrar versatilidade. Exibir posicionamentos diferenciados no gramado para vencer alguém ameaçado pelo rebaixamento. Se o Guarani quiser subir de divisão, terá que confirmar a sua capacidade de ir além dos 11 titulares. Chegou a hora da verdade. Veremos se o Guarani irá resistir.
(Elias Aredes Junior com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)