Guarani em crise. Torcida apática e sem reação. Não protesta. Aceita a situação. Até quando?

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Vasco da Gama está em crise. Descontentamento geral com o presidente Alexandre Campello. Pânico por um novo rebaixamento. A torcida realizouum protesto pacífico em São Januário. Nada de invasão ou qualquer ato de violência. Só palavras de ordem. Pressão. Legitima. No Atlético Mineiro, roteiro idêntico. Ninguém se conformou com a má fase. Foram para o Centro de Treinamento e fizeram uma manifestação. Sem agressões.

Tenho uma opinião diferente da maioria da crônica esportiva. Torcedor não é figura decorativa. Deve chiar, reclamar, reivindicar. Lutar por aquilo que é dele, o clube. Sem violência. Fica a pergunta: por que a torcida do Guarani não protesta mais? Onde está a volúpia de antigamente?

Observei tal declaração na noite de terça-feira em um grupo de Whatsapp e concordei. Totalmente. A torcida do Guarani está apática. Desanimada. Vê tudo desabar e não  transporta a sua indignação das redes sociais para a vida real.

O clube está esfacelado. Na prática, hoje não tem Conselho Deliberativo e nem Conselho Fiscal após as confusões juridicas geradas pela eleição do Conselho Deliberativo. Todo o poder legal e legitimo emana do Conselho de Administração. E o que faz a torcida, os associados? Qual a reação? Nenhuma.

Ouço e leio muitos torcedores que estão cansados e desanimados. Por isso a dificuldade de tirar a chiadeira do gueto das redes sociais para as ruas.

Existem inúmeros casos que mostram que o argumento não se sustenta. Temos bugrinos com trabalhos sociais belíssimos. Levam a bandeira do Guarani como estandarte para ajudar ao próximo. Sem o Guarani, não estariam engajadas juntas e em bloco. Homens idem. Por que essa volúpia não pode ser transportada para reivindicar melhorias em um clube com “N” problemas?

Vou além: as torcidas organizadas surgiram no futebol brasileiro para ser um espaço de manifestação política pois as agremiações eram um salão fechado, sem permissão para novos integrantes. O que precisa acontecer para que a letargia desapareça das arquibancadas e das ruas?

Nos últimos anos, o Guarani virou um clube popular. Presente na periferia. Concordo. Só que isso não vale nada sem mobilização, manifestação e sede de mudança. Contra tudo e todos. A torcida do Guarani tem um compromisso que vai além do futebol. É algo interligado a sua história. Omissão poderá acarretar em consequências gravíssimas. É hora de se mexer. Antes que seja tarde.

(Elias Aredes Junior)