O Guarani está fora da Copa do Brasil. Perdeu a premiação de R$ 1,9 mihões. Precisa agora juntar forças para lutar por uma vaga nas quartas de final do Paulistão. Algo que gera ceticismo na torcida bugrina em virtude do desempenho da equipe.
Mesmo no jogo contra o Vila Nova, se fizermos uma análise critica e ponderada, o time jogou de maneira aceitável apenas 20 dos 90 minutos regulamentares. Muito. Muito pouco. Quase nada.
Na decisão por pênaltis, alguns fatos devem ser apontados. E que de certa forma refletem aquilo que acontece em 2022. Será que se Rodrigo Andrade estivesse com a boa forma de 2021 teria chutado a bola no travessão? Sim, porque pênalti não é loteria. É competência e capacidade técnica.
E convenhamos: o camisa 32 encontra-se longe do seu auge. Assim como a sexta cobrança a cargo de Ronaldo Alves suscita duas observações. A primeira é que Daniel Paulista poderia formular uma lista de batedores mais eficiente. Mas por outro lado evidencia a ausência de opções confiáveis no elenco. E aí o treinador não tem culpa. Afinal de contas, quem contratou e montou o elenco? Sim, ele mesmo. Michel Alves. Então conceda uma parte da queda na Copa do Brasil as decisões tomadas no gabinete. Nada acontece por acaso.
Ou alguém acha que é acidente os seguidos gols sofridos pelo alto? E ausência de alternativas confiáveis no banco de reservas? Sejamos sinceros: sem os lampejos de Giovanni Augusto, o Guarani talvez sequer conseguisse levar o jogo para os pênaltis. Sim, porque o que prevaleceu nos 90 minutos foi uma assustadora fragilidade ofensiva.
E aí não falo de ausência de trabalho do treinador. Falo de qualidade mesmo, capacidade técnica para resolver impasses surgidos no gramado. Verdade nua e crua: o elenco é fraco. A desclassificação na Copa do Brasil deveria gerar outra preocupação. O Guarani perdeu a vaga para um concorrente direto na Série B e com orçamento muito semelhante. E que dentro de suas limitações apresentou um futebol muito mais sedimentado e qualificado. E que já vinha dando sinais de qualidade.
Na Série B de 2021, o time goiano terminou com 51 pontos enquanto que o Guarani ficou com 60. Só que o seu segundo turno foi melhor. Higo Magalhães deixou o time com 32 pontos em 19 pontos enquanto que o Guarani ficou com 30. Pelo que demonstrou até o momento, é um delírio sonhar com G-4 para o Guarani na Série B após 38 rodadas.
É um time destinado a disputar a segunda página da classificação. Só não sabemos se será uma campanha estável mediana e sem sustos ou que vai passar sufoco na competição para fugir da Série C.
Pessimismo em relação ao restante da temporada?
Ora, Pense no poderio financeiro e na qualificação técnica de Gremio, Bahia, Vasco da Gama e Cruzeiro e você chegará a conclusão de que o Guarani parece destinado a segunda ou terceira prateleira da Série B. Evidências?
No próprio Paulistão, o time perdeu do Ituano e venceu Novorizontino sem convencer. O Dérbi? O time apenas aproveitou-se da crise vivida no rival. Está mais do que claro: a rota precisa de ajustes. Daniel Paulista precisa aprimorar o seu serviço. Mas também precisa de um elenco mais qualificado e com opções.
O que fazer?
Como fazer?
Quem contratar?
São perguntas pertinentes e que necessitam de resposta. De debate e troca de ideias. Mas infelizmente, em um instante único para o futebol brasileiro, o Conselho de Administração e a Superintendência Executiva de Futebol preferem trilhar o caminho do silêncio e da ausência de esclarecimento. Enquanto isso, a torcida sofre, padece e amarga decepção atrás de decepção. A saída é ter fé. Por que se depender dos homens que dirigem os destinos do estádio Brinco de Ouro, o mistério e a falta de informação sempre irão prevalecer. Uma pena.