A função da imprensa é esclarecer os fatos, fiscalizar o poder e cobrar providências das autoridades e personagens envolvidos. O fato é que cinco dias após a denuncia feita pelo jornalista Paulo César Andrade, do Blog do Paulinho, não houve mais nenhuma movimentação tanto por parte do Guarani como também das pessoas acusadas e que merecem e devem exercer todo o direito de defesa, no caso o ex-goleiro Gleguer e o ex-presidente Horley Senna.
O fato é grave demais para acharmos que nada aconteceu. A história é simples: um pai de família denunciou a um repórter que precisou pagar certa quantia em dinheiro para conseguir viabilizar uma vaga ao seu filho. E como prova apresenta um depósito de comprovante de banco feita na conta bancária de um dos envolvidos. É grave. Não pode passar batido. E os acusados precisam se explicar. Sem neuras. Mas com transparência.
As perguntas surgem de modo involuntário. O que o clube tem a dizer sobre isso? Por que os envolvidos, ao invés de declarações para um ou outro veiculo de comunicação, não convocam uma entrevista coletiva para esclarecer todos os pontos da questão? O que impede? Se eles falam que são inocentes (e devem ser considerados antes de qualquer sentença da Justiça) porque não se submetem ao escrutínio da opinião pública?
Se o Guarani assinará um contrato de cogestão no futebol, a transparência é fundamental. O ex-presidente Horley Senna já disse contar com documentos que comprovam sua inocência e que irá encaminhá-los ao Comitê de Ética. Ótimo. Então, porque não apresenta o documento aos veículos de comunicação? Tanto Gleguer como Senna afirmam que vão processar o autor da reportagem. Perfeito. É assim em um país constituído de estado de direito. Mas isso não quer dizer que os dois personagens não devam justificar o ocorrido aos torcedores, a razão de existir do Guarani.
No que depender deste portal, não vamos deixar o assunto cair no esquecimento. Queremos explicações. Sem condenações. A opinião pública merece uma justificativa diante de um fato tão grave.
(análise feita por Elias Aredes Junior)