Guarani prestes a viver uma decisão de campeonato? E a diretoria? Convoca a torcida? Concede entrevista? Nada disso. Escolhe o silêncio

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Nas décadas de 1980 e 1990, a rotina estava na cabeça do torcedor bugrino: o então presidente Luiz Roberto Zini dirigia-se até a Sala de Imprensa e maneira paciente conversava com todos os setoristas de clube. Dedicava uma atenção especial aos profissionais de rádio.

Utilizava os microfones para convocar o torcedor para comparecer ao jogo do final de semana. Justificava a importância da partida, exibia as vantagens a serem obtidas pela conquista dos três pontos e renovava a confiança no torcedor bugrino. Era o procedimento padrão. Na disputa de titulo ou na luta contra o rebaixamento.

Na semana que antecedeu o jogo contra o Avaí, válido pela Série B de 2005, o falecido técnico Luiz Carlos Ferreira, o Ferreirão, sacudiu o torcedor. Convocou para encher as arquibancadas para buscar a classificação rumo ao quadrangular decisivo da competição. Resposta: 30 mil pessoas no Brinco. Tobogã tremendo. Um time que pulsava no embalo da torcida.

Corte no tempo.

Vamos para 2021.

Estamos às vésperas de Guarani e Vasco da Gama no Brinco de Ouro. Uma partida vital para as pretensões do Guarani na Série B. Uma vitória recoloca o time na briga, independente do desempenho dos adversários. Pode ser a arrancada tão desejada no rumo do acesso.

Pois é. O Guarani jogou na quinta-feira passada. Atua nesta quinta-feira.

Quantas declarações públicas foram dadas por seus dirigentes? Nenhuma! Quantas coletivas de imprensa foram realizadas pela direção para convocar o torcedor a encher as arquibancadas e empurrar o Alviverde no rumo da vitória? Zero, zero, zero.

Não adianta dizer que deseja a primeira divisão. Tem que fazer. Adotar postura. Mostrar por A mais B que a primeirona é o sonho não somente das arquibancadas, mas também daqueles que estão nos gabinetes.

Ambição não combina com apatia. Vontade de vencer não faz tabelinha com paralisia. Este é o momento que todos devem jogar juntos. No mesmo rumo.

A torcida não é inimiga, é aliada e parte fundamental do Guarani na busca pelo acesso. Sem a diretoria renovar este pacto, tudo fica mais difícil.

(artigo de autoria de Elias Aredes- Foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)