Guarani, reação na Série B e a esperança que nunca foi perdida

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O futebol não permite que sonhos virem esperanças perdidas. É preciso lutar. Guerrear. Batalhar. Acreditar até o último minuto. O galhardão é reservado aos insistentes, a todos aqueles que encontram forças na alma para surpreender e triunfar.

Lembra do quadro vivido pelo Guarani após a derrota para o Vila Nova? O rebaixamento parecia questão de tempo.

Os núimeros gritavam. Para o site Infobola, do matemático Tristão Garcia não existia saída. O percentual de risco encontrava-se em 77%. Era preciso derrotar os números e os adversários da Série B do Campeonato Brasileiro.

Futebol é momento. Retratamos e detectamos aquilo que está exposto.

O que foi exibido? Um treinador que trabalhou em silêncio. Nas entrevistas coletivas, o técnico Mozart jamais chiou ou reclamou da qualidade do seu elenco. Foi a campo, treinou e começou a empilhar vitórias na frase crucial da competição: Operário, Novorizontino, CSA e ontem diante do Londrina. Cada um de um jeito e com uma caracteristica diferente.

Em Ponta Grossa, muita luta e dedicação com um gramado pesado; diante do Novorizontino, a falha do goleiro visitante escancarou as portas da vitória. Contra o CSA, a força defensiva prevaleceu. E contra o Londrina? Palavra chave é treinamento. A cada cruzamento de Jamerson, a cada ultrapassagem de Diogo Matheus ou nos deslocamentos de Eduardo Person, os dias e horas de atividades de Mozart eram preponderantes. Até que um cruzamento de Jamerson, a cabeçada certeira de João Victor e as arquibancadas do Brinco de Ouro explodiram de alegria.

Evidente e lógico que este enredo sem Yuri Tanque não teria sentido alguim. Ou não existiria. Importa saber que este futebol rústico, sem retoques mas muito eficiente caminha para levar o Guarani para a permanência na Série B.

Pois é. Mozart e o superintendente executivo de futebol, Rodrigo Pastana trocaram o pneu com o carro em movimento. Fizeram contratações. Definiram um esquema de jogo. Enxugaram a máquina. Blindaram o vestiário. Produziram confiança. E começam agora a colher os frutos.

As críticas do passado estão invalidadas? De jeito nenhum. Foram as criticas da torcida e dos veículos de comunicação que fizeram o Conselho de Administração sair da inércia e contratar tanto Rodrigo Pastana como o técnico Mozart. Ou alguém acredita que existiria reação com a estrutura anterior? Dificil acreditar.

Fato é que Jamerson, Isaque, Yuri Tanque melhoraram a qualidade técnica da equipe. E juntamente com os outros companheiros, integrados e com determinação e com qualidade montaram uma reação que para o torcedor bugrino comum parecia fora de alcance. Não é mais. Não dá para deixar de celebrar.

Aliás, percebam: os dirigentes sumiram do noticiário. Por que? Simples: gente do ramo foi contratada. Para ocupar os gabinetes e para ministrar treinamentos no gramado.

A missão acabou? Nada disso. O Aliverde ainda precisa buscar de três a quatro pontos contra Ituano, CRB, Bahia, Cruzeiro e Chapecoense. O fardo ficou mais leve. A esperança voltou. Porque ela nunca ou jamais ficou perdida. O coração bugrino agradece

 (Elias Aredes Junior-Com foto de Thomaz Marostegan)