Em uma partida da magnitude do dérbi sempre tentamos escolher o personagem do jogo, aquele que foi protagonista dentro do gramado. O Guarani tem dois candidatos na vitória pelo placar mínimo. O primeiro é Matheus Bueno, autor do gol vencedor e na sequência Luan Dias, autor de bons passes e uma movimentação que desmontou o sistema de marcação pontepretana. Mas se existe uma verdade que técnico perde jogo, também é verdade que ele pode contribuir na vitória. Neste contexto, Allan Aal merece as referidas homenagens.
Nos 10 minutos iniciais, o Alviverde passou sufoco. Dodô levou perigo em um chute de longa distância, enquanto Jeh teve duas oportunidades para vencer na força os zagueiros bugrinos e não foi bem-sucedido na missão.
No segundo tempo o treinador mudou tudo. Incutiu nos jogadores a importância de cercar os espaços, ganhar as divididas e aglutinar no gramado para trocar passes e envolver os oponentes, e neste caso o lateral João Gabriel, improvisado na esquerda, foi a vítima da vez, que não conseguiu segurar a dobradinha formada por Heitor e Pacheco. O gol foi consequência da estratégia bem sucedida.
Com a vantagem no placar, soube posicionar o time na busca do contra-ataque. E quase conseguiu o segundo gol. Existe a garantia de que a produção será a mesma até o final? Não, não será. A probabilidade de queda é enorme. Mas com 20 pontos no returno, algo é certo: Allan Aal pode não ser o melhor técnico do mundo, mas é sujeito competente e com boa noção de futebol. Não é pouco.
(Elias Aredes Junior-com foto de Raphael Silvestre-Guarani F.C)