Gustavo Bueno e Eduardo Baptista cometem erros, mas são coadjuvantes na comédia de erros da Ponte Preta. Os protagonistas são outros!

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Quando frequentava o ensino fundamental, uma cena era comum. Alguns dos meus amigos aprontavam uma algazarra ou peraltice e com a chegada da professora ou da diretora, não havia saída: o fundo da classe virava abrigo e torciam para que não fossem dedurados. Guardadas as devidas proporções, este comportamento é adotado pela diretoria executiva da Ponte Preta.

A péssima campanha pontepretana no Brasileirão tem  vilões visíveis. O primeiro é o gerente de futebol Gustavo Bueno. Não só pelas contratações equivocadas efetuadas ao longo do ano, mas por vezes não exibir o pulso necessário para determinadas decisões relativas ao departamento de futebol, especialmente na questão do foco e do comprometimento dos jogadores. Também falha por não transparecer voz ativa até na contestação de algumas decisões. Os bastidores, por exemplo, são recheadas de histórias de atletas contratados que não tiveram sua chancela. Ao invés de demarcar território, optou pelo silêncio. Paga a fatura.

Eduardo Baptista também é decepcionante. Seu aproveitamento de 26% é pior que o antecessor Gilson Kleina que após 24 rodadas deixou o time na décima quinta colocação com 28 pontos e aproveitamento de 38,9%. Ou seja, após 10 jogos, o novo treinador pontepretano ganhou apenas sete pontos. Uma lástima. Só existe algo em comum nos dois cenários: o time era limitado, com índice de treinamento baixo e com resultados inesperados, como ganhar apenas um ponto em quatro jogos contra Avaí e Atlético-GO, também integrantes da zona de rebaixamento.

Tanto Gustavo Bueno como Gilson Kleina e Eduardo Baptista concederam motivos suficientes para serem réus do tribunal das redes sociais.

E o restante? Sérgio Carnielli, Vanderlei Pereira, Hélio Kazuo e os demais integrantes da diretoria executiva também não são responsáveis pelo atual estado de coisas? É só fazer uma retrospectiva. Após a saída de Felipe Moreira, o atual presidente de honra foi responsável direto pela volta de Gilson Kleina e foi importante para segurá-lo em instantes de turbulência; Vanderlei Pereira patrocinou uma política de austeridade e avalizou contratações equivocadas – Xuxa – e impediu que atletas de maior envergadura fossem contratados.

Se por um lado sua obsessão em deixar tudo em dia deve ser elogiada, por outro, a falta de conhecimento das exigências do mercado da bola, também vitaminou ainda mais os erros de Gustavo Bueno. Gerente de futebol que, aliás, ao optar por contratos curtos se livrou-se de enganos e erros por outro deixou de construir bases mais sólidas no time titular ano após ano.

Hélio Kazuo, mesmo com seu conhecido e valorizado trabalho nos bastidores não deu respaldo para o próprio Gustavo Bueno em público nos instantes de crise. Como excluir esses personagens desta comédia de erros?

Gustavo Bueno, Eduardo Baptista e Gilson Kleina são participantes deste filme de terror vivido pelo torcedor pontepretano no Brasileirão. Mas são coadjuvantes. Os protagonistas são outros. E que não conseguem construir um final feliz.

(análise feita por Elias Aredes Junior)