Hélio dos Anjos. Hoje, um homem de sorte. Se algo der errado, o azar será seu eterno companheiro

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Ele é um homem de sorte. Diria que até é agraciado com as benções de Deus. Hélio dos Anjos. Sim, por um instante vamos esquecer táticas, estratégias, escalações, formação de banco de reservas e vamos imaginar um fator primordial no futebol. Traduzindo: a formação de um bom ambiente.

Desde que Ponte Preta e Guarani passaram a compartilhar o mesmo calendário, a partir de 2018, posso cravar sem nenhuma chance de dar errar que nenhum treinador na Ponte Preta teve paz para trabalhar ou teve em seu favor uma conjuntura formada por dirigentes e apoiadores que remassem para o mesmo lado em semana de dérbi.

Quando venceu o Guarani por 3 a 2, no primeiro turno e sob a direção de Doriva, a Macaca já vinha recebendo os primeiros dardos das disputas entre situação e oposição. E mais: desavenças iniciais entre a diretoria comandada por José Armando Abdalla Junior e os coordenadores do grupo político que comandou a Ponte Preta por 25 anos.

Em 2019, a temperatura cresceu e ainda assim Jorginho conduziu o time para uma vitória incontestável por 3 a 0 no Paulistão e na Série B por 1 a 0.

Gilson Kleina suou frio em 2020 para viabilizar um empate sem gols e Fábio Moreno, ainda como interino, conduziu o time a um triunfo por 2 a 0, com gols de Dawan e Luizão no turno inicial da segundona de 2020. Enquanto isso, o caldeirão fervia nos bastidores e em reuniões do Conselho Deliberativo.

No ano passado, dois empates, uma vitória e uma derrota sob a condução de Fabio Moreno no triunfo e em uma igualdade e Gilson Kleina, que amargou uma derrota e um empate. Tudo isso no meio de um processo eleitoral que culminou com a vitória da atual diretoria. Não deve ter sido fácil para esses profissionais.

Neste ano, o dérbi foi a guilhotina para Gilson Kleina. Uma derrota por 3 a 0 e que virou a senha de que algo pior viria. E veio. O rebaixamento á Série A-2 não pode ser esquecido. Jamais. É uma mácula e uma vergonha imposta ao torcedor pontepretano.

O quadro exposto reforça a pergunta: Hélio dos Anjos não é uma pessoa de sorte? Construiu vitórias contra CRB e Brusque, construiu um time consistente, viabilizou a revelação de atletas como Felipe Amaral e Léo Naldi e tem uma semana de treinamentos antes do clássico. Sem pressão da torcida. Pelo contrário. As torcidas organizadas estão autorizadas a protagonizadas uma grande festa neste sábado, a partir das 09h30, com a meta de incentivar o time antes do jogo, que só terá presença de torcedores do Guarani.

Maré mansa, conjuntura favorável…Por ser uma raposa da bola, Hélio dos Anjos não vai se iludir.

Por que estas mesmas condições de céu de brigadeiro podem virar uma arma letal caso um resultado negativo no dérbi. Certamente vão lançar o argumento: “como não aproveitou a conjuntura positiva? Como deu esse vacilo”. Pois é, o futebol tem suas armadilhas. Que não cansam de fazer vitimas.