A goleada por 6 a 2 para o Palmeiras, em jogo- treino realizado na última quarta-feira foi o suficiente para que o torcedor do Guarani redobrasse a desconfiança e alimentasse mais uma vez o medo quanto ao futuro do time na Série C.
Nas redes sociais, sobraram críticas e indagações. Seis gols? Essa equipe está preparada para a truculência da terceira divisão do Brasileiro? Dá para confira nesse time após um resultado horrível desse, ainda que em jogo treino?
Para o presidente do Guarani, Horley Senna, a “lição” com o episódio não está no resultado, mas sim no desempenho do time. Dono de um discurso que, em primeiro lugar, endossa toda sua confiança, não apenas no elenco, mas na comissão técnica e na superintendência do departamento de futebol, o comandante do Bugre pondera: “de que adiantaria vencer o Palmeiras e não ir bem na competição?”, disse o dirigente em entrevista ao Só Dérbi.
Horley usa como exemplo a amarga experiência no Paulista da A2. “Nós vencemos quase todos os jogos treinos antes da A2. Lembro que perdemos um, contra o Audax. Naquela ocasião, o Flávio Caça Rato e o João Vítor perderam dois gols que, se tivessem feitos, nos dariam uma vitória por 2 a 1. Poderíamos dizer, vencemos o vice-campeão paulista, mas e durante a competição? Nosso foco no jogo diante do Palmeiras foi avaliar o elenco taticamente. O trabalho agora é observar o time, não o resultado”, analisou o dirigente.
E novamente, Horley toma como comparação a campanha do Guarani na A2. “Eu tenho em mente uma coisa: essa diretoria assumiu há um ano e meio, mas responde por erros cometidos nos últimos 20 anos. É uma responsabilidade grande. Estamos fazendo de tudo para recuperar o prestígio”, disse Senna, sem esconder a decepção pelo resultado na parte inicial da temporada. “Na A2, por exemplo, acreditamos que o caminho era aquele, que iríamos brigar para subir. Não só pela montagem do time, que tinha atletas experientes, mas pela infraestrutura. Os salários estavam em dia, reformamos refeitórios, alojamentos, tivemos pré-temporada e quatro meses para trabalhar. Não deu, mas aprendemos”.
Para evitar erros, os responsáveis pelo futebol traçaram um perfil de jogador: foram buscar reforços que, preferencialmente estavam em atividade (até porque o tempo de preparação era menor) e de olho no histórico (fizeram valer informações importantes como o “relacionamento” do atleta com o departamento médico dos clubes anteriores, números de cartões nas competições, etc). “Nesse tempo como presidente convivi com treinadores de diferentes perfis. Tinha aquele que era mais paizão, aquele que era mais rígido. Nesse quesito, gosto do estilo do Chamusca. Por já ter sido jogador, ele tem uma linguagem próxima com o elenco, porém ao mesmo tempo é extremamente profissional, concentrado no jogo e bom taticamente. Já o vi treinando o time como 4 marcadores e 6 homens para frente. Eu acredito sim que estamos trabalhando para subir no Brasileiro”, arrematou Senna
(texto e reportagem: Adriana Giachini)