Incompetência domina os gabinetes dos clubes campineiros há pelo menos 20 anos. Como duvidar?

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No último sábado,  durante o programa Bate Bola da Rádio Central, tive um debate acalorado com o apresentador Roberto Marcondes. Disse com todas as letras que os dirigentes campineiros são ruins. Péssimos. Incompetentes. Quase ninguém se salva. Não falo à toa e sim baseado em fatos. Tanto em Ponte Preta e como no Guarani.

Na Ponte Preta, como posso considerar exitosa uma administração que em 20 anos de estadia diminuiu o clube de tamanho? A Unidade Paineiras virtualmente não existe mais, o Jardim Eulina foi desativado para os sócios e o estádio Moisés Lucarelli vive de remendo em remendo à espera de uma Arena que fica eternamente na promessa.  Clubes similares  à Macaca, nos últimos 20 anos, conseguiram soluções mais práticas.

Em 1996, o Atlético Paranaense era proprietário do estádio Joaquim Américo sucateado. Derrubou tudo, inaugurou  a Arena da Baixada, conquistou título brasileiro, alcançou final de Copa Libertadores e seu estádio foi palco de Copa do Mundo. Em Araraquara, mesmo com resultados no campo piores que a Macaca, a Ferroviária conta com uma Arena muito mais moderna que o Majestoso. Independente da tragédia ocorrida no final de 2016, como negar os avanços da Chpaecoense? E reafirmo com outra pergunta: qual legado físico e concreto Sérgio Carnielli deixará após 21 anos dando as cartas? Que ninguém se iluda: os resultados foram apenas espasmos.

O Guarani não fica atrás. José Luiz Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone, Álvaro Negrão, Horley Senna e Palmeron Mendes ficaram mais preocupados em criticar atos e posturas de antecessores do que preparar o alviverde para o Século 21. A estrutura continua arcaica, o Brinco de Ouro está defasado e as dívidas trabalhistas só foram pagas porque o estádio, na prática, foi vendido. Dentro de campo, nem preciso citar os 10 rebaixamentos acumulados e a perda de atletas em um piscar de olhos, fruto da incompetência reinante nos gabinetes.

Querem outro sintoma? Nas décadas de 1970, 1980 e 1990 jogadores de Ponte Preta e Guarani frequentarem a Seleção Brasileira era algo comum. E agora? O último jogador de ponta revelado pela Macaca foi Luis Fabiano no início dos anos 2000, enquanto que no Guarani foi o centroavante Jonas por volta de 2004 a 2005. Tudo isso fruto do sucateamento das categorias de base. Não, não culpe a Lei Pelé.

Depois disso pergunto: como aliviar a barra para quem deveria conduzir os clubes campineiros ao Século 21? Não dá.

(análise feita por Elias Aredes Junior)