Digo logo de cara: entendo as condições econômicas vividas pelos clubes das Séries A-1, A-2 e A-3. Compreendo os prejuízos que seriam gerados aos clubes na parte financeira. Considero normal a luta pela manutenção das competições. Isso não quer dizer que tenha concordância na parte conceitual. Entender não é concordar.
As internações e a explosão das Uti´s produzem quadro caótico. Pessoas morrem em casa ou em condições indignas nos hospitais. Filas interminavéis.
Isso não pode ser ignorado.
Como também não pode ser esquecido o fato de que, caso algum jogo tenha um fato grave registrado (uma lesão grave, por exemplo), o atendimento em algum lugar ficará dificultado. O que será feito? Quem vai atender? Como vai acudir? Se todos os hospitais estão lotados, qual será o plano B?
Dirigentes lutam pela continuidade do futebol sem pensar no que já acontece ao redor. Propagandear que o protocolo funciona e ao verificar uma explosão de casos tanto no Corinthians como na Ponte Preta, independente do comportamento dos atletas, comprova de que não há protocolo imbatível. E destrói o discurso.
Quem defende a interrupção do futebol pensa em todas essas alternativas. E quem quer a continuidade ? E os dirigentes? O que pensam? Espero que pensem em tudo. Algo que não foi feito pelas autoridades e por parte da sociedade. E a fatura? Ficou com quem agiu responsavelmente. Uma pena.
(Elias Aredes Junior)