Quando você não tem dinheiro, cada centavo vale ouro. Não há como dar respiro. Qualquer erro compromete seu futuro. Isso vale em casa, na empresa, em qualquer lugar. As lesões de Junior Todinho e Waguinho colocam o Guarani em saia justa para a montagem de opções decentes para o ataque nas próximas rodadas.
Injusto apontar a culpa sobre Felipe Conceição. Sua campanha é irrepreensível e se algum tropeço ocorrer o torcedor deverá relativizar e refletir de modo mais amplo.
Nos últimos dias, tanto Bruno Paulo como João Paulo rescindiram seus compromissos, assim como Elias Carioca, que já nem está mais no Brinco de Ouro. João Paulo saiu nesta quinta-feira com 29 minutos disputados na Série B. Tempo no gramado em mais de três meses de competição. Absurdo.
Queiramos ou não, são meses de gastos com salários e sem o retorno necessário no gramado. O diretor remunerado erra porque quer? Lógico que não. Longe disso. Só que não há como passar pano para esses erros de captação de jogadores para o elenco bugrino.
Como a fase é boa, é possível pensar e traçar objetivos com calma. O principal é exigir que as categorias de base revelem mais e mais jogadores do setor ofensivo e que estes possam ser aproveitados.
Davó não pode ser um caso isolado. Nem deve. Até porque o circulo vicioso seria inevitável: um atleta revelado pelo clube, ganharia um baixo salário e ainda poderia ser utilizado para revenda e seu dinheiro ajudaria a custear o clube e a própria manutenção da categoria de base.
Teve evolução? Não há dúvida. Não dá para esquecer que o atual elenco do Guarani é formado pelos seguintes jogadores formados na base: o goleiro Lucas Cardoso, os zagueiros Vitor Ramon e Titi, os laterais Bidu e Eliel, o armador Caio e os atacantes Matheus Souza e Renanzinho. Antigamente, nem isso.
Mas não é de bom tom paralisar esse processo. Quanto maior for o espaço das categorias de base menor será o risco de se apelar para contratações como as de João Paulo e Bruno Paulo.
(Elias Aredes Junior-Foto de david oliveira-Guaranifc)