Jonas, um jogador com cara de Ponte Preta?

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O atacante domina a bola e dispara na direção do gol adversário. A conclusão da jogada parece ser inevitável. Eis que chega o camisa 5. Vai com força na bola, mas de uma maneira estabanada, atrapalhada, quase que um atropelamento e nunca um corte. O árbitro dá cartão amarelo, mas ele levanta aliviado pelo bloqueio da bola e a comemoração da torcida. Sim, esta poderia ser uma jogada protagonizada por Jonas. Já assisti muitas parecidas com esta por diversas vezes na Ponte Preta. Digo que, se o time estivesse em boa fase, o novo camisa 5 pontepretano seria ídolo recém-integrado.

Alias, é interessante notar como os critérios dentro da torcida da Ponte Preta são subjetivos. Talento e habilidade não é garantia de nada. Fernando Bob decolou do Majestoso e deixou saudade, mas seu reconhecimento era muito pela técnica, visão de jogo e o alto índice de acerto de passes que teve com a camisa da Macaca.

Jonas não. Ele encarna a luta, dedicação e entrega no gramado, pontos considerados essenciais pela arquibancada e que já elegeu ídolos improváveis, como os atacantes Monga, protagonista na década de 1980 e Alexandro, que ganhou moral a partir do acesso de 2014 e sua presença motivadora na reta final do brasileirão do ano passado.

Jonas parece ter percebido rapidamente as características do clube e não teve receio em tentar retomar o futebol de vigor exibido na época de Sampaio Côrrea, que só não está melhor devido a irregularidade de Elton e pela falta de definição do setor de criação do meio-campo, que muitas vezes afrouxa a marcação e coloca Jonas em quadro delicado. Na época de sua contratação, não considerei uma alternativa viável. Hoje, reconheço seu desempenho bem acima da expectativa.

Mesmo assim, aos trancos e barrancos, Jonas dá seu recado e agrada ao torcedor. Que reconhece: ele não será um maestro de grandes concertos, mas poderá carregar o piano como poucos.

(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Fábio Leoni)