O anúncio de que Murilo Rangel não despertou interesse de renovação por parte do Guarani e a sua consequente transferência ao Novorizontino são noticias que deveriam gerar reflexão ao torcedor do Guarani. Não pelo jogador em si, mas pelo simbolismo dos gestos adotados.
Titular da camisa 19 na Série B, Murilo Rangel tem a técnica adequada para a Série B. Junta a aptidão de armação com disposição de marcação e de ocupação de espaços. Demorou a encontrar lugar com Felipe Conceição, mas encaixou-se em uma função que deu retaguarda para Lucas Crispim. Se o segundo turno bugrino foi satisfatório a dupla tem boa parcela de participação.
Pelo retrospecto , se a versão dos empresários estiver correta, não há como entender a ausência de uma proposta de renovação. Murilo Rangel pediria aumento? Direito dele requisitar e do Guarani recusar e iniciar uma conversa para alcançar o meio termo. Se não desse certo, ok, tudo bem. Houve a tentativa. Deixar de sentar-se na mesa é que não dá para compreender.
O destino de Murilo Rangel deveria gerar preocupação. E só para o Paulistão com a camisa do Novorizontino? Mas o que leva um jogador abrir mão de um contrato que poderá ir até novembro por um compromisso até maio e só na competição regional?
Se você juntar a peça referente a saída de Felipe Conceição e o combustível para o jogador desembarcar do Brinco, temos um caminho para a resposta. Camisa pesa, só que alguns atletas adotam outros critérios, especialmente as condições de trabalho. Pois é. O velho e surrado assunto da infraestrutura.
Juro que não queria abordar o tema. Mas enquanto verificarmos o avanço e a melhoria de clubes como Novorizontino e Mirassol e o Guarani sem condições de competir com equipes medias, seja por questão financeira ou por infraestrutura, temos mais motivos de preocupação do que de comemoração. É a vida.
(Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guaranipress)