Negueba, Xuxa e João Lucas. Por que o fracasso não foi evitado na Ponte Preta??

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Foi em tempo recorde. Poucas rodadas do Campeonato Brasileiro foram suficientes para destroçar a credibilidade do lateral-esquerdo João Lucas, do meia Xuxa e do atacante Negueba, agora todos fora dos planos da Ponte Preta no Campeonato Brasileiro.

Se por um lado a atitude de Gustavo Bueno demonstra agilidade em resolver as pendências e entraves do elenco por outro produz uma inquietação: isto poderia ser evitado? Contratações melhores poderiam ser feitas?

É uma resposta complexa. Cada um dos desligados tinha perfil diferente. João Lucas exibiu alguns bons jogos pelo Novorizontino pelo Campeonato Paulista. Ou seja, produziu respaldo para sua contratação. Não deu certo? É verdade. Assim como falham diversas aquisições feitas por outros clubes. É do mundo do futebol.

Negueba e Xuxa são caminhos mais tortuosos. Desembarcaram no Majestoso sob o signo da desconfiança. Nunca exibiram um futebol que inspirasse confiança na divisão de elite. Xuxa sempre transitou pelo baixo clero da bola. O máximo que conseguiu foi destaque no Mirassol.

No dia 30 de março, escrevi neste Só Dérbi que pela conjuntura econômica, a chegada de Xuxa poderia soar natural para ocupar a reserva de Renato Cajá. Poderia dar certo neste modelo. Nem isso conseguiu. Fracasso total. Assim como Negueba. Nas vezes que foi acionado, não produziu nem força de chegada ao ataque e nem velocidade. Uma lástima.

Compreendo que a crise econômica atrapalhou o campo de contratações da Ponte Preta. Jogadores que potencialmente escolheriam equipes médias mudaram a rota e abraçaram os gigantes. Exemplo disso foi o lateral-esquerdo Danilo Barcelos. Estava para acertar com a Ponte Preta, fechou com o Atlético Mineiro e agora sem oportunidades tanto com Roger Machado como com Rogério Micale preferiu desembarcar de vez em Campinas. Será que no atual quadro econômico seria possível contar com um elenco com o do ano passado, que tinha Roger, Felipe Azevedo, Rahyner, William Pottker e Clayson? Muito difícil.

Tanto a diretoria da Ponte Preta como nós, cronistas esportivos, incumbidos da observação e da análise do mercado, falhamos em um requisito: não alargamos as fronteiras de observação.

Para ser mais claro: a Macaca tem que descobrir jogadores em rincões inexplorados. No interior mineiro, nos clubes pequenos gaúchos e catarinense, em cidades do nordeste e, em último caso, no mercado Sul-Americano, de preferência clubes de médio porte de Argentina, Uruguai, Colômbia e Chile, que contam centros mais desenvolvidos. Querer contratar revelações das equipes médias e pequenas das Séries A-1 e A-2 do Campeonato Paulista é perda de tempo. Seus jogos são transmitidos ou pelo pay per view, televisão aberta ou canais fechados. Ou seja, despertam rapidamente o interesse das potências econômicas do futebol brasileiro.

João Lucas em grau menor e principalmente Negueba e Xuxa deixam lição preciosa: a Ponte Preta terá que acostumar-se a montar times fortes em cima daquilo que ninguém vê. Antecipar-se as tendências. Ou a grande imprensa e o mundo da bola sabiam antes de 2008 quem eram Renato Cajá e Elias? Pense nisso.

(análise feita por Elias Aredes Junior)