Neymar e uma constatação: não existe plano B. Ou é ele ou ninguém!

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O passado trava. Impede que sejam dados passos necessários para que processos sejam completados. Tal cenário é real na maneira como nós, torcedores, analisamos o futebol brasileiros e seus personagens.

Vivemos presos ao processo de formação de jogadores brasileiros do passado, em que um astro era imediatamente substituído por outro e a qualidade não refluía. Só para ficar em um único ciclo virtuoso, Zico foi sucedido por Romário, que abriu espaço para Ronaldo Nazário, sem pudor para fazer parcerias com Ronaldinho Gaúcho e Kaká. Parecia um celeiro infinito.

Tudo mudou. Neymar exerce desde 2010 o papel de jogador incontestável da Seleção Brasileira. Pense: são 12 anos, desde o encerramento da Copa do Mundo da África do Sul, um periodo comparação apenas a Pelé. O Brasil revelou neste periodo alguns bons coadjuvantes, sendo que figuras como Vinicius Júnior e Richarlison mostraram-se a altura do craque. Talvez o jogador do Real Madrid seja aquele com maior qualificação para substituí-lo. O tempo dirá.

Independente de sua avaliação e opinião, defender que Neymar não ostente mais a camisa da Seleção Brasileira é desvario. Delírio. Falta de bom senso. E se o camisa 10 do PSG tem como plano a ausência na Copa do Mundo dos Estados Unidos, México e Canadá, ele deveria repensar a decisão.

Por que? Juventude ou experiência não é sinônimo de sucesso ou fracasso na Copa do Mundo. Não há critério. Kylian Sanmi Mbappé é o principal jogador da França na Copa do Mundo e está com 23 anos. Messi disputará uma nova semifinal de Copa do Mundo com 35 anos enquanto que Modric é a estrela da Croácia com 37 anos.

Concordo que até hoje Neymar não tem uma Copa do Mundo para chamar de sua. Teve uma lesão grave nas quartas-de-final de 2014, exibiu um desempenho circense em 2018 e uma lesão no tornozelo lhe atrapalhou na competição no Catar. Mas utilizar tal cenário como argumento para pendurar a camisa verde e amarela é equívoco. O melhor é utilizar a persistência como aliada. Isso é que diferencia os campeões daqueles que param no primeiro obstáculo. Que Neymar leve isso em consideração.

(Elias Aredes Junior com foto de Lucas Figueiredo-CBF)