Nomeação de Felipe Moreira comprova: Ponte Preta está refém de um único caminho

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Imagine um fã de cinema assistir um filme toda semana. Pense em doente por futebol fissurado em acompanhar pelo vídeo tape de um único jogo. Tenha um instante de reflexão e encare um leitor voraz de livros que fique debruçado em um título de Paulo Coelho.

Dei tais exemplos para citar o óbvio: ao anunciar Felipe Moreira como novo técnico da Ponte Preta, a diretoria mostra que está refém de uma única forma de fazer futebol. Não tem capacidade de variação. Não ousa. Não se sabe por medo da reação da torcida ou por ausência de repertório. O fato é que a resolução bancada por Vanderlei Pereira,  Hélio Kazuo e Gustavo Bueno demonstrou a incapacidade de variação e determinação em surpreender os torcedores.

Gilson Kleina, Guto Ferreira, Jorginho, Eduardo Baptista, Doriva…Todos com  características idênticas: técnicos emergentes, com bons trabalhos em clubes médios e sedentos de projeção. E o tarimbado Oswaldo Alvarez? E o rodado Alexandre Gallo? Foram exceções que confirmaram a regra. Acionados em situações de emergência, quando a perspectiva de rebaixamento era presente. A situação foi controlada e tudo voltou ao estágio normal. Ou seja, os “nerds da bola” voltaram abraçados como a única opção. Ou é isso ou a morte. Pelo menos na mentes daqueles que habitam os gabinetes do Majestoso.

Espanta saber que não existe sequer a tentativa de fugir do trivial. Oswaldo Alvarez? Geninho? Marcelo Cabo? Claudinei Oliveira? Jorginho? Ninguém cogitou ou pensou em uma alternativa ou mudança de filosofia. Sem opções ou discussões com outras personalidades de futebol como formatar uma nova maneira de fazer futebol?

Os dirigentes podem dizer e defender que a metodologia deu resultados. Mas já cansou. Não dá mais liga. A fórmula de “técnico nerd” mais jogadores com sede de projeção viabilizou campanhas focadas na manutenção no Brasileirão mas não avança mais. Nada mais. Traduzindo: disputa de título. Não tenho nada contra a filosofia, mas já está mais do que comprovada a falta de apelo junto as arquibancadas.

A nomeação de Felipe Moreira comprova que a diretoria pontepretana está apegada as suas ideias e distanciamento daquilo que deseja corações e mentes apaixonados pela Macaca. Futebol é antes de tudo entretenimento. E a Ponte Preta toma o caminho indesejado: traz insatisfação a sua razão de viver, o torcedor. Ou cliente se você preferir.

(análise feita por Elias Aredes Junior)