O futebol brasileiro é um mar de injustiça e hipocrisia. Julga-se e condena-se sem processo. Linchamento a céu aberto. Assassinato de reputações. Não basta ter conduta ilibada, honestidade e decente. É preciso agradar o interlocutor. Caso contrário, a calúnia e a difamação entram no gramado.
Se já não bastasse enfrentar uma tormenta na parte técnica, Umberto Louzer ainda vê seu caráter questionado. Um acinte. Absurdo dos absurdos. Torcedores, que não estão satisfeitos com os seus critérios de escalação, ao invés de tecerem argumentos apelam ao serviço preguiçoso dos iletrados e limítrofes intelectuais: desqualifica e tenta jogar a reputação da pessoa no lixo.
Qualquer pessoa que tem dois neurônios sabe que qualquer acusação contra o caráter de Umberto Louzer é um jogo sujo, baixo, sem nexo e desprovido de verdade. E por um único motivo: o futebol e sua população, pelo boca a boca, sabe como poucos espalhar a fama de quem merece a desconfiança e o desprezo. Umberto Louzer é o contrário disso.
Dou uma prova concreta. Durante a Copa do Mundo fui a um seminário de gestão esportiva em São Paulo. Após o evento, conversei com um dirigente do Nacional da capital. Ao perguntar sobre Louzer sua resposta foi direta: “Até hoje sentimos saudade dele. Foi uma das pessoas mais corretas e competentes que passaram por lá”.
O que vive Umberto na realidade é a triste constatação de que no ambiente do futebol, o honesto não é valorizado. Quem é ético sofre. Aquelas pessoas determinadas a exercerem a honestidade até as ultimas consequências sofrem retaliação.
Conversei poucas vezes com Umberto Louzer. Mas porque aquilo que vi, ouvi e por relatos de amigos eu digo que o técnico bugrino é de uma retidão moral inabalável. Vou além: o futebol não merece gente tão limpa e decente como ele. Uma pena.
(análise feita por Elias Aredes Junior)