Agora é oficial. O dérbi está de volta. A Série B do Brasileirão terá dois jogos em 2018 entre Ponte Preta e Guarani. Com torcida única. Os torcedores bugrinos comemoraram de modo escancarado o retorno do rival ao idêntico patamar. Esfregam as mãos para reviver a antiga rivalidade e sonham com os seis pontos. Acredito que é dar um passo maior do que a perna. Ter serenidade e consciência sobre a situação de um e de outro faz pensar que o cenário do ano que vem será bem diferente de 2012, quando disputaram uma semifinal de Campeonato Paulista.
Concordo que há superioridade no quadro atual em relação ao torneio regional de 2013, quando o Guarani perdeu no Brinco de Ouro por 3 a 0 e, de quebra, terminou na lanterna com dez pontos ganhos.
Em curto prazo, o ano vai abrigar de um lado uma Ponte Preta, que neste século participou de 11 edições na divisão de elite do Campeonato Paulista, enquanto o Guarani participou de cinco, sendo a derradeira em 2010. Pior: atuou pela terceira divisão em seis ocasiões.
Um Bugre que tem um Centro de Treinamento em condições inadequadas e treina rotineiramente no estádio Brinco de Ouro da Princesa e, ainda, envolvido ainda na questão do pagamento de dívidas. Um clube que disputou pela última vez um torneio de cunha internacional em…1995, quando participou da Copa Conmebol! Ou seja, serão quase 23 anos distantes.
Um clube que neste Século teve os seguintes presidentes: José Luis Lourencetti, Leonel Martins de Oliveira, Marcelo Mingone,. Álvaro Negrão, Horley Senna e Palmeron Mendes Filho. Desses, por incrível que pareça apenas Lourencetti teve o gosto de comandar o time nas duas divisões principais tanto no estadual e nacional em no mesmo ano.
A verdade é dura, cruel, dolorida, mas precisa ser dita. Apesar dos seus inúmeros erros de gestão (e todos aqui debatidos e comentados neste Só Dérbi), a Ponte Preta está em um patamar acima do Guarani em termos administrativos e financeiros.
O retorno do maior clássico do interior não mudará essa distância.
Pelo contrário. Colocará mais pressão sobre o Conselho de Administração bugrino para não só vencer os dois clássicos como para equiparar-se e ultrapassar o rival. Os atuais dirigentes presentes no prédio administrativo do Brinco de Ouro terão tal capacidade? A resposta começará a ser dada a partir de janeiro.
(análise feita por Elias Aredes Junior/Foto de Ricardo Duarte – Assessoria Internacional)