O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) sabe o que foi a ditadura. Ele foi vitima do arbitrio. Da tortura. Da privação de direitos.
Pimentel deveria ser o primeiro a lutar por direitos humanos e resguardar a integridade física daqueles que moram no estado que está sob sua responsabilidade. Ou dos visitantes.
Passei o domingo inteiro ouvindo pessoas que estiveram em Varginha na final da Série C entre Boa Esporte e Guarani. Gente que saiu de Campinas para torcer pelo Guarani. Apenas isso. Somente isso. Torcer por um time de futebol
E graças a ações da Policia Militar cujo chefe supremo é o governador mineiro- queira ele ou não – muitas pessoas inocentes (sim inocentes!) foram feridas e tiveram seu final de semana estragado.
Gente que foi apenas torcer para um time de futebol teve que ser cuidado por enfermeiros e médicos.
Tomaram tiros de borracha e foram agredidos. Integrantes da comissão técnica do Guarani e profissionais de imprensa também tiveram o mesmo destino.
Sou sincero: pouco me preocupa punições que a CBF vai adotar ao Guarani. Pouco interessa se o Brinco de Ouro será fechado na próxima Série B.
O meu foco está no essencial: pessoas que saíram de casa para torcer voltaram feridos para casa.
Não se iluda: aconteceu em Varginha, como também no Brinco de Ouro, Majestoso, Morumbi, Pacaembu…Porque infelizmente o histórico da Polícia Militar no Brasil não é utilizar a inteligência e sim a força. Existiram vândalos no meio da multidão? Gente que estava a fim apenas de violência? Sim, é verdade. E devem ser presos, punidos e julgados. Pois então me digam: que Polícia Militar é essa que não tem capacidade de separar o joio do trigo? O que justifica agredir 5 mil pessoas por causa da ação desmedida de 50 ou 500 pessoas? A resposta é única: falta de preparo.
O governador Pimentel e o secretário de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, devem explicações não só a torcida do Guarani mas a própria sociedade. Quando um único inocente é vitima de arbitrariedades, o Estado não pode se omitir em explicar e justificar suas ações. E quando for o caso, pedir desculpas.
Pimentel e Barboza precisam responder: como um governo dito progressista pode adotar estratégias de um estado de exceção? Aguardemos pelo retorno.
(análise feita por Elias Aredes Junior)