O torcedor do Guarani está preocupado. Ninguém quer reviver o pesadelo dos últimos anos, em que realizar uma Série B segura esteve longe do Brinco de Ouro. A exceção foi em 2018, quando Umberto Louzer levou a equipe a nona posição.
Só um maluco para fechar os olhos ao futebol bagunçado e desordenado exibido contra o Oeste. Aviso: culpa zero de Ricardo Catalá. Agora, a pergunta é necessária: o que dá para exigir? O que esperar?
O elenco bugrino não tem qualidade para sonhar com a primeira colocação, mas não pode ser apontado como ocupante da lanterna. Longe disso.
Tem alguns atletas limitados e alguns prontos para a Série B. Waguininho demonstrou de que pode fazer a diferença com seu futebol de velocidade pelos lados. Junior Todinho idem. Vou além: nem Rafael Acosta pode ser achincalhado.
Assim como o volante Deivid, que provou nos últimos meses a sua utilidade. Lembram da dor de cabeça gerada em outubro do ano passado em que Deivid ficou excluído por causa de uma lesão muscular e o Guarani oscilou na marcação? Como um atleta desse perde valor?
E Bidu? Habilidade e qualidade para atuar como ala esquerdo ou até armador e virou esperança de muitos torcedores bugrinos. Seria um disparate tais jogadores serem jogados na lata do lixo da bola.
A fase é ruim? Com certeza. A proximidade com o rebaixamento incomoda? Não há dúvida. Botar fogo no Brinco não resolve. Por vezes o problema é simples. Um ajuste na filosofia de jogo, uma conversa no elenco para aparar as arestas, um gás com o novo treinador…São diversas as possibilidades. O que não dá é considerar que aquilo que servia no passado precisa ser descartado sem cerimônia na atualidade.
Mais do que qualidade, talento, planejamento, profissionalismo ou estrutura, o Guarani necessita de ponderação. É o passo inicial para sair do sufoco.
(Elias Aredes Junior com foto de David Oliveira-guaranipress)