O título brasileiro de 1978 é o Supertrunfo do Guarani em época de cartas debilitadas

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Quando era adolescente, existia um jogo de cartas que era uma verdadeira coqueluche. Chamava-se Supertrunfo. Era simples. Cada pacote de cartas continha um tema como carros, lanchas e outros veículos. Nas cartas existiam informações e os jogadores confrontavam umas contra as outras. Quem exibisse o número mais alto de determinado dado dito em voz alta levava a melhor sobre o concorrente. Existia uma carta superior a quase todas e que nunca perdia, exceto quando defrontava-se com alguma de nomenclatura A1, B1, C1 e assim por diante.

Pois eu digo que no Guarani, o título brasileiro de 1978 é o Supertrunfo de sua torcida. Nos últimos 38 anos, êxitos foram colhidos como os terceiros lugares nos brasileirões de 1982 e 1994, a conquista da Taça de Prata de 1981 e os acessos nacionais em 1991, 2008 e 2009, além das promoções estaduais viabilizadas em 2007 e 2011. Só que também é verdade que nove rebaixamentos transformaram o torcedor bugrino em alvo de gozação e humilhação. De todas as torcidas.

Só que a cada piada desferida, os argumentos bugrinos surgiam: único time campeão nacional com 11 vitórias consecutivas; o solitário representante do interior paulista entre os campeões nacionais de primeira divisão; um título capaz de abrir uma época de ouro, que passa pelo quarto lugar na Copa Libertadores de 1979 e a projeção de craques como Zenon, careca, renato e nos anos 1980 a aparição de Jorge Mendonça, considerado por muitos o principal jogador da história do Guarani.

É como se o título de 1978 representasse uma única carta nesta discussão cujo o tema principal é o futebol. Um autêntico supertrunfo. De fato e direito.

No Supertrunfo original não basta possuir a carta preciosa. É de bom grado exibir sabedoria, esperteza e sagacidade para destronar os adversários ou superar adversidades. Nos últimos 38 anos, os dissabores ainda (ainda!) não apagaram a coleção de façanhas iniciada em 13 de agosto de 1978. Que torcedores e dirigentes entendam que é possível renascer e almejar outras cartas tão especiais como aquela obtida com o gol feito por Careca.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Rodrigo Villalba)