Enquanto a equipe de futebol profissional participa do Torneio do Interior e da Série B do Campeonato Brasileiro, as disputas políticas ainda fervem na Ponte Preta. Três lados estão definidos e o vencedor poderá definir o futuro da agremiação para os próximos anos.
O primeiro grupo é formado por conselheiros oposicionistas e componentes do grupo “Tudo pela Ponte, Nada da Ponte”, que protocolaram na semana passada um documento para requisitar um pedido de instalação de um procedimento administrativo para investigar a conduta do presidente de honra Sérgio Carnielli dentro da agremiação.
O documento é assinado por 87 conselheiros. A intenção é pressionar a diretoria executiva a cumprir o Estatuto e instaurar um procedimento administrativo que pode culminar com advertência e até exclusão do dirigente. O documento de 60 páginas relembra a condenação que deixou Carnielli inelegível, além de assuntos já levantados como o contrato de intenção de compra e venda com a Gafisa e a negociação do jogador Cicinho.
Outro front é formado pelo próprio Carnielli e apoiadores e admiradores de trajetória no clube. Nos últimos dias, o presidente de honra tomou a frente e entrou em contato com o presidente José Armando Abdalla Junior. O Só Dérbi apurou que Carnielli afirmou para Abdalla que considera a denúncia uma injustiça e sem fundamento. No entanto, Carnielli, por privar da amizade de Abdalla, deixou a porta aberta para um entendimento, desde que mudanças pontuais sejam realizadas na atual administração em relação a gestão financeira.
Abdalla tenta encontrar uma saída. Uma das hipóteses levantadas é encaminhar a denúncia para decisão final do Conselho Deliberativo, algo que é rechaçado pelos autores do documento encaminhado à diretoria executiva. O argumento, segundo eles, está no artigo 103 do estatuto e que diz o seguinte: “(…) Em qualquer das hipóteses previstas nos artigos anteriores, a diretoria exectiva instaurará o competente processo administrativo, procedendo a citação do associado para que, querendo, no prazo de 10 dias corridos, apresente a defesa que julga pertinente, facultando-lhe, inclusive, requerer a produção de provas;(…)”, afirma o trecho do estatuto.
A reportagem do Só Dérbi fez um contato com o presidente Sérgio Carnielli, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. Assim que a resposta for encaminhada, o texto será atualizado ou um novo post será aberto. O presidente José Armando Abdalla também não respondeu a mensagem enviada pela reportagem.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)